Alguém me ensina como sobreviver após assistir A Culpa é das Estrelas? Como pode o efeito ter sido tão devastador e brutal comigo e com todos os corações que estavam ao meu lado, naquelas poltronas do cinema? Sim, foi este o efeito que o filme fez durante quase toda a sessão.
É incrível que apesar de todo “sofrimento” ao assistir esta história agridoce, pura e melancólica, mesmo assim, eu saí do cinema com o coração leve, em cacos… mas simplesmente leve. E hoje já consigo esboçar um sorriso ao me lembrar dessa adaptação que se pudesse aplaudiria em pé. As lágrimas foram incontroláveis, e mesmo os mais controlados se veem desesperados ao sacar qual desfecho os aguarda. Fui ver o filme com minha querida amiga e colaboradora Lili e imaginem o resultado né? Saímos as duas, com as caras totalmente inchadas e vermelhas.
Há seis meses atrás, quando li o livro de John Green já resenhado aqui no blog, o efeito foi exatamente o mesmo. E sou grata em saber que o diretor Josh Boone parece ter o seguido como roteiro. Com os diálogos idênticos e igualmente marcantes, o que proporcionou uma fluidez ao filme sem igual.
Hazel Grace (Shailene Woodley) é uma paciente que luta contra o câncer e tem conseguido estabiliza-lo através de uma droga experimental (criado pelo autor) chamado Falanxifor e isso adiaria um pouco mais o inevitável. Em um grupo de apoio para pacientes com câncer, Hazel conhece Augustus Walters (Ansel Elgort) que já está com sua doença em reclusão a um ano e meio.

Os dois possuem visões bem diferentes sobre suas condições. Hazel se considera uma granada, acreditando que quanto menos pessoas se envolver, o impacto da sua morte será menor, já Augustus tem medo do esquecimento, e quer deixar sua marca na história, nessa relação de amizade com Hazel, Gus começa a apresentá-la as melhores e as piores lições de vida e o que eles poderiam tirar de tudo isso. Logo, cresce uma paixão sensível e confortante.

Diferenças a parte e apaixonados, ambos passam a enfrentar seus conflitos e se mantêm fortes diante de suas limitações. É através das suas doses de bom humor, sarcasmo e poetismo que os dois percebem que podem contar com tudo isso como um aliado e superar a realidade que lentamente leva suas vidas. Aliás, é disso que o filme retrata não é mesmo?! limitações, escolhas, vida, amizade, o amor e é claro… o câncer.
Não consigo imaginar outros atores para melhor interpretar tais papéis. Ahh… como pode Gus ter caído como uma luva para Ansel? E Shailene? Como consegue se transformar tanto de um personagem a outro? Ambos os personagens, apesar da idade – são fortes e maduros e acredito que não seja nada fácil abordar o tema do filme com tamanha leveza e fluidez em que foi feito, quem dirá interpretar e convencer o público sobre isso, não é mesmo?
Personagens e atores parecem lidar muito bem com isso, e é você que se vê totalmente despreparado para aceitar esta realidade. Ambos, tem uma química impressionante e são capazes de transmitir todo o sentimento de uma cena com apenas seus olhares, e isso é muito bem explorado por Josh. Também não poderia deixar de mencionar a bela representação de Isaac (Nat Wolff), o melhor amigo do casal e que nos tira boas risadas, amenizando um pouco (nem que seja por um curto período) todo o torpor de tristeza que o resto do filme nos proporciona.
Essa é a genialidade do filme e junto com a complexidade dos personagens, que filosofam com doçura o sentido da vida, e as injustiças dela. Assim como o livro, o filme merece todos os créditos possíveis. Ao meu ver, não deixa nada a desejar. A Culpa é das Estrelas chegou para marcar a vida dessa nova geração de leitores e mesmo sendo um romance trágico o filme consegue passar uma mensagem positiva sobre o amor, entre assuntos como a morte, legado e o esquecimento em uma atmosfera realista e comovente.
Nem sei se devo comentar sobre sua trilha sonora, mas o que posso dizer que mais uma vez o cantor Ed Sheeran consegue expor todo o sentimento do filme em uma só música, assim como a banda One Republic responsável pela música tema do filme. Ahh… e quase esqueci de falar sobre as trocas de mensagens entre o nosso casal que são colocadas estrategicamente na tela, achei fofo demais!
Acho que não existe ser neste planeta, que ao ver ACEDE não se renda as lágrimas, acredito que qualquer ser que tenha um coração dentro do peito, vá sentir na pele o que o filme nos proporciona. O final pode ser brutal mas… concluo que sempre o amor vale a pena, afinal que seja infinito enquanto dure OU enquanto duremos. Viva sem medos e faça e aceite suas escolhas, se permita amar e ser amado, Okay?

  • The Fault in Our Stars
  • Lançamento: 2014
  • Com: Shailene Woodley, Ansel Elgort, Nat Wolff
  • Gênero: Romance, Drama

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