Olá pessoal tudo bem com vocês? Opa … Eu esqueci de dizer que quem está aqui sentada, do outro lado da tela é a Ryokobel! Eu sou a nova colaboradora aqui do blog e queria aproveitar o espaço para dizer que eu estou muito animada e cheia de ideias fervilhando aqui na minha caixola, só esperando pelo momento certo para saírem em forma de resenhas para vocês!
Foi no meio dessas várias ideias que eu decidi apostar na resenha do Martyrs! Eu queria chegar com alguma coisa impactante, mas ao mesmo tempo interessante e até certo ponto filosófica?!
Martyrs é um filme de terror francês, escrito e dirigido por Pascal Laugier, que já dirigiu filmes como House of Voices (Saint Ange) e The Tall Man (O Homem das Sombras). O filme conta, de certa maneira, a história de Lucie, que quando muito jovem fora vítima de torturas severas e isolada do mundo. Com sorte Lucie consegue fugir do local onde estava sendo mantida e alcança ajuda de policiais, que sem saber de sua vida passada acaba a levando até uma escola especial, para crianças que sofreram algum tipo de trauma ou abandono.
É nesse ambiente que Lucie conhece Anna, e as duas se tornam melhores amigas! Mas a história não para por aí, e 15 anos depois Lucie descobre quem eram seus captores e com sede de vingança os encontra e assassina. Após a chacina, Lucie liga para Anna, e esta chega ao local e se depara com os corpos dos torturadores de Lucie e com uma Lucie perturbada. Esse foi apenas um resumo do início da história de Martyrs.
Uma coisa que eu preciso falar, antes de prosseguir com o resumo e então com a resenha deste filme, é que é extremamente difícil falar sobre o filme sem soltar algum spoiler, pois o que acontece a seguir, o que se desenrola a partir do momento em que Lucie assassina as pessoas que a torturaram durante um longo período de tempo é inesperado, pelo menos foi para mim, e pensando nesse ponto eu tentarei apenas direciona-los melhor no que se segue e então passar para as minhas opiniões.
Após Anna chegar ao local para tentar ajudar Lucie, tudo na história vai começar a mudar, sem que você perceba, e quando você menos esperar vai compreender que existe muito mais na história do que um simples acerto de contas. Lucie vivia perturbada por conta das torturas que sofreu e pelo fato de acreditar que não foi capaz de salvar outra vítima do local onde era mantida quando criança. Ela acreditava que se mata-se as pessoas que fizeram mal para ela, ela se veria livre da culpa. Porém nada disso acontece e a mesma se vê “perseguida” pelo passado. É neste contexto que Anna se encontra e tenta, da melhor maneira possível ajudar e auxiliar a amiga. E a última informação que eu estou autorizada a dar a vocês é que, a casa, onde Lucie assassina as pessoas que lhe fizeram mal esconde muito mais do que meros torturadores, e é Anna quem descobre seus segredos.
Uma coisa que se deve ter em mente ao assistir Martyrs é que o mesmo apresenta cenas de violência explicita, então se você possui estomago fraco, ou é facilmente impressionado eu só dou um conselho: não assista ao filme, ou então assista com um grupo de amigos! Uma vez dado meu conselho, me sinto na obrigação de oferecer outro. Assista ao filme de maneira séria, sem esperar um filme de terror hollywoodiano. Se você manter uma postura séria, aberta e prestar bastante atenção a todos os detalhes do filme tenho certeza de que irá se surpreender, e quem sabe estar mais aberto a filmes de terror de outros países!

Os mártires são seres excepcionais. Eles sobrevivem à dor, eles sobrevivem a privação total. Eles suportam todos os pecados da terra. Eles se entregam. Eles transcendem-se … Eles são transfigurados.

Em Martyrs nada é o que parece. Desde o começo do filme você será induzido a acreditar que sabe do que se trata todo o contexto, a história e as ações dos personagens. Porém sempre que você tiver certeza de que sabe o que acontecerá a seguir, o filme provará que você está errado, e não sabe de nada da história! Desta forma, o filme é repleto de reviravoltas, algumas pouco perceptíveis e outras que mudarão o curso de toda a história.

Além disto o filme nos traz uma perspectiva nova aos filmes de terror, ele aos poucos aborda assuntos que muito são usados em filmes do gênero, mas nunca da forma como apresentada neste exemplar. Outro elemento utilizado pelo filme é o final aberto. É aquele final em que após o término do filme cada pessoa pode tirar a sua conclusão acerca do que pode ter acontecido. Porém este final deixa diversas dúvidas no espectador, fazendo com que muitos critiquem o filme, pelo simples fato de não o terem entendido. Na minha opinião, o final aberto foi uma sacada de mestre do diretor, não poderia haver um final melhor para o filme, já que tudo o que se passa tem uma ligação extremamente forte com o que acontece com Anna e com o tema apresentado.

É tão fácil criar uma vítima, mocinha, tão fácil. Você tranca alguém em um quarto escuro. Eles começam a sofrer. Você alimenta esse sofrimento. Metodicamente, sistematicamente e com frieza. E faz isso durar. Esse indivíduo passa por uma série de estados. Depois de um tempo, seus traumas; aquela pequena rachadura, facilmente aberta, faz com que eles vejam coisas que não existem.

O filme é ganhador de diversos prêmios, como: melhor maquiagem; melhor atriz; melhor atriz coadjuvante; melhor diretor e melhor filme de terror, todos recebidos em festivais de filmes alternativos. E vai ganhar um remake hollywoodiano, sem data prevista para o lançamento. Muito além de ser um filme de terror, Martyrs destaca as potencialidades do terror francês e abre os olhos para uma temática muito interessante. Esse filme vai fazer você pensar durante um bom tempo.

  • Martyrs
  • Lançamento: 2009
  • Com: Morjana Alaoui, Mylène Jampanoï
  • Direção: Pascal Laugier

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