Interestelar – Crítica

26 nov, 2014 Por Joi e Bel

Sem palavras! Foi assim que eu deixei a sala do cinema após terminar de assistir Interestelar. Confesso que mordi minha língua, no início eu não estava muito animada para assistir este filme, pensava que se tratava apenas de um filme sobre o espaço, mas não, ele é infinitamente maior do que isso, perfeitamente elaborado, dirigido por um mestre. Esse filme maravilhoso conseguiu unir perfeitamente assuntos relacionados ao universo da física, astronomia, humanidade, amor, esperança e a força que somos capazes de reunir para salvar e retornar para quem amamos.
O filme nos apresenta uma terra desgastada, onde a falta constante de alimentos levou diversas profissões a “extinção”, todo o tipo de profissional virou fazendeiro para auxiliar no cultivo de alimentos. O filme não explica o que fez a Terra chegar ao estado em que se encontra, e esse nem é o foco, então a única coisa que precisamos saber é que a Terra está morrendo e que o ser humano pisou na bola, mais uma vez. Tempestades de poeira assombram os moradores, dificultam sua vida e causam problemas de saúde a população, a vida do ser humano no planeta Terra está por um fio.

No meio de tantos fazendeiros, um se destaca, o ex engenheiro e piloto espacial Cooper (Matthew McConaughey). Ele segue sua vida da forma que considera a melhor possível, ele tenta ensinar seus dois filhos, Murph, a filha caçula (Mackenzie Foy e Jessica Chastain) e Tom, o filho mais velho, a manterem o interesse pela ciência, pela busca por informações. Sua filha Murph é um pequeno prodígio e possui uma ligação muito forte com o pai, ele é seu professor, seu mestre, seu herói. Ela é interessada, gosta de entender o porquê das coisas, e é justamente por essa busca por respostas que ela descobre um padrão em sua estante de livros, um “fantasma” que deixava uma mensagem para a garotinha. Seus livros caem, mas eles não caem de maneira aleatória, eles deixam espaços entre si, alguns maiores, outros menores, um código.

Os dias se passam e durante uma grande tempestade de poeira, Murph esquece a janela de seu quarto aberta e logo eles percebem que o quarto da garota é um ponto crucial na história, mas vocês só vão entender o porquê no finalzinho do filme! Quando chegam em casa, após fechar a janela, Cooper percebe que em um determinado ponto do quarto a poeira caiu formando um padrão, formando listras no chão do quarto. O padrão formado pela poeira é na verdade a indicação de coordenadas, que levam pai e filha a uma base secreta da NASA, ou o que sobrou dela! E é aí, neste exato ponto no tempo e espaço, que tudo muda.

Grandes pesquisadores descobriram um “buraco de minhoca” que era capaz de levar a uma nova galáxia, com planetas de grande potencial para uma colonização. Um grupo de astronautas havia sido enviado a estes planetas para realizar o levantamento há alguns anos atrás, e muitos deles ainda enviavam sinais e informações, porém havia chegado a hora de enviar um novo grupo que levaria consigo a esperança de encontrar, de uma vez por todas, o planeta que salvaria a vida de muitas pessoas. E é assim que Cooper se junta a equipe da Doutora Brand (Anne Hathaway), e se lança em uma jornada pelo espaço, deixando sua família e antiga vida para trás.
As atuações de todos os atores foram ótimas, mas para essa pessoa aqui, o destaque está nas atuações de Matthew McConaughey e Mackenzie Foy! A forma como os dois se conectaram, a química entre os dois atores te faz esquecer de tudo e se focar apenas na atuação, na forma como eles se comportam nas cenas mais tristes e dramáticas, as cenas em que os dois se juntam para descobrir os códigos presentes no quarto dela e dita cena da despedida.
A trilha sonora foi outro elemento que me encantou! Ela foi integrada com perfeição a cada cena, a cada situação, a cada sentimento, se apresentando de maneira suave em cenas calmas ou com uma melodia de cortar o coração nas cenas mais dramáticas e tristes. Mas o ponto alto está nas cenas de tensão, nos pontos críticos da missão no espaço. A forma como a melodia lembra o tic-tac de um relógio, remetendo ao tempo que está se esgotando, as formas como sons mais graves foram inseridos para que o espectador se sentisse com o coração na mão, foi um truque de mestre, algo que fez a maior diferença para que o espectador se conecte a cada mudança no rumo da história.
Se existe algo que eu posso afirmar com esta resenha é que cada pequeno detalhe conta, cada elemento se une para formar o todo, cada ação realizada no passado possui uma reação no futuro. Adorei a forma como elementos como dimensões paralelas, buraco negro e de minhoca foram abordados, e mais ainda a forma como se uniu o que o ser humano sabe ao desconhecido. Por isso, a
última coisa que posso falar é: assista Interestelar com o coração aberto, com foco e interesse, deixe-se levar pela história, pelos sentimentos porque eu garanto que ele não vai te desapontar!

É difícil falar sobre um gênero quase que novo para você. Lembro bem quando vi Contato e pouco entendi da história, só depois de mais velha, percebi toda a maestria para um filme de 97. Acho que a geração mais nova infelizmente, foi pouco presenteada com filmes de ficção científica realmente bons. Assistir Interstelar foi algo assim, novo e puramente complexo para minha cabeça. Ainda tenho diversos pontos vagos na minha cabeça em relação ao enredo, então em uma primeira impressão, ou por pura ignorância minha, não consigo qualificá-lo, sei que é sensacional mas ainda está distante do meu entendimento.
É certo que será um filme que vou ter que assistir novamente, reler os diálogos, as explicações que possa ter passado, por que literalmente, o filme preza e muito bem os conceitos da física teórica. Em um mesmo filme vi analogias nítidas da perpetuação da espécie, da vida, e da natureza humana e principalmente ao apego e ao amor, que é muito bem retratado no filme. Sinceramente falando, é um filme inteligente que visa um público igualmente, mas antes de qualquer coisa que tenham uma mente aberta a novas realidades.

Com um tema fascinante e belíssimas atuações, Interestelar chega para ganhar alguns prêmios por aí. Ótima direção, trilha sonora perfeita e simétrica com as cenas e principalmente uma fotografia incrível, do que é o universo ou do que ele se assemelha ser…afinal, é algo que ainda está muito além da nossa inteligência. A relação de espaço-tempo é algo que me intriga e neste filme chega a ser assustador. O que tem lá? Quem vive lá? Em Interestelar, podemos conhecer e entender um pouco mais, ou simplesmente se perder de vez. 


Interestelar me agradou muito. E não apenas isso. Eu amei esse filme! Achei o contexto geral super atual e relevante, e o desenrolar dos fatos é muito interessante. O filme começa contando detalhes, que até então o espectador considera “desnecessários”, porém, da metade para o final, observamos que toda a informação fornecida, é utilizada para alguma coisa. Nada fica sem resposta. Mas nem sempre estas respostas são fáceis de entender, no filme são apresentadas muitas teorias físicas, como da relatividade, tempo e espaço, sem falar em buraco negro, dimensões e etc. Coisas que são bem complexas para minha cabecinha (que tem aversão por física!).
Outros dois pontos foram muito positivos, na minha opinião. O amor de pai e filha. Achei muito comovente, e por algumas vezes chorei, de tão emocionada que fiquei com o desenrolar dos fatos! O segundo aspecto que me chamou muito a atenção, foi a questão da vida em outros planetas, e a fotografia criada para esse fim. Eles abordaram de maneira muito criativa, criando diferentes “mundos” cada um com suas peculiaridades. Acompanhando com bastante atenção o desenrolar dos fatos, dá para entender tudo tranquilamente.
Como disse anteriormente, muita informação é passada (o filme tem 2h40min) mas tudo é utilizado para alguma explicação posterior, o que dá um certo alívio, pois pensamos.. “OK, estou aqui todo esse tempo, mas nem um minuto utilizado foi em vão!” É um filme que eu indico totalmente para quem gosta do gênero, inclusive, não vejo a hora de assistir novamente! Ah, e não tem nada a ver com o filme Gravidade, que também considero um ótimo filme, porém, gostei mais deste.  Sinto cheiro de Oscar?

  • Interstellar
  • Lançamento: 2014
  • Com: Matthew McConaughey, Anne Hathaway
  • Gênero: Ficção Científica, Drama
  • Direção: Christopher Nolan

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