Dia 19 de fevereiro colocamos aqui no blog nossas primeiras impressões sobre os seis primeiros capítulos de A Mais Pura Verdade. O livro é um dos lançamentos da editora e agora vou falar o que achei sobre a obra como um todo.
Conheceremos Mark, um garotinho de apenas 12 anos que decidiu fugir de casa. Ele levou consigo apenas seu cachorro Beau, uma máquina fotográfica antiga, meio equipamento de escalada, seu caderno e alguns remédios. Destino? Realizar seu maior sonho, escalar uma montanha. Logo que descobri que junto, ele levava remédios, já vi que estava diante de mais um sick-lit. E este tipo de leitura é o que mais me envolve, o que mais me faz refletir e o que mais agrega para minha vida. Desde o início sentimos a dor de Mark, tantas as internas e externas, e que tipo de sofrimento ele está passando com sua decisão.

– É como se, sei lá, eu levasse um pedaço de vida comigo. Todas essas coisas acontecem, todos esses pequenos momentos passam por nós e vão embora. Então você vai embora. – Inspirei profundamente e expirei no vidro da janela. – Mas, quando você tira uma foto, aquele momento não passa. Você o prende. É seu. Você pode guardá-lo.

Ao longo do caminho, Mark registra tudo, por onde passa ele tira uma foto. Ele também enfrenta muitos obstáculos e alguns complicados e injustos demais para um garoto de 12 anos, além é claro, da injustiça maior, aquela que está em algum lugar em seu corpo, o matando. Mas Mark é determinado e corajoso, desde pequeno superou todos os horrores da sua doença. Estava decidido, ele viveria a maior aventura de sua vida e nada e nem ninguém poderia impedi-lo, nem mesmo ele. Ele não desiste, mesmo que em dado momento fosse exatamente isso que ele gostaria.
A cada meio capítulo temos a visão dos outros personagens diante a fuga de Mark, e é através deles que sentimos na pele todo o sentimento envolvido no livro, o amor de pais para filho e de uma amiga para amigo. A propósito, um dos focos do livro se baseia na verdadeira amizade de Jessie, melhor amiga de Mark e do cãozinho mais do que fiel dele.
Em A Mais Pura Verdade temos uma lição da vida, é um livro que ao fecharmos é impossível não querer refletir sobre a vida, sobre nossas reclamações e ingratidão. Mark apesar de muito novo se mostra de uma maturidade incrível, ele aprende e nós ensina a lidar com sua dor, isso é tão verdadeiro que dá vontade de entrar no livro só para dizer que tudo vai ficar bem.
O autor Dan Gemeinhart consegue prender bem o leitor, com uma linguagem simples e com todo um suspense dosado a cada final de capítulo, eu tirei apenas uma estrelinha dele na classificação pelo final, não fiquei totalmente satisfeita, foi tão… inesperado. Depois, analisando bem, consegui sacar a dualidade da história e o autor deixa totalmente nas mãos dos leitores a sua interpretação.
A diagramação está linda, desde o livreto conseguimos visualizar o ótimo trabalho da Editora Novo Conceito, mas agora com a obra finalizada em mãos, podemos ver o quanto o livro se encaixa como um todo no contexto, inclusive a ilustração da capa, que mostra uma cena bem peculiar do livro e que me rendeu muita aflição durante a leitura do trecho.
Apesar disso eu não me emocionei totalmente, achei que o autor quis manter uma linear na escrita e dosou demais os sentimentos, não derramei nenhuma lágrima mas é como eu disse, o livro nos permite refletir, é uma história sensível e singela que prova que o importante, as vezes, não é chegar ao seu destino mas sim como, por onde e porquê, você vai chegar lá. Recomendo a todos que procuram um livro tocante, para todas as idades e com uma linda mensagem.

  • The Honest Truth
  • Autor: Dan Gemeinhart
  • Tradução: Leonardo Gomes Castilho
  • Ano: 2015
  • Editora: Novo Conceito
  • Páginas: 224
  • Amazon

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