Eu nunca fui muito ligada em séries e nem mesmo em televisão, até um ou dois anos atrás eu acompanhava pouquíssimas séries e já tinha abandonado várias outras, tudo por falta de tempo ou por não conseguir ficar muito tempo sentada na frente da TV. Mas o mundo dá muitas voltas e as pessoas mudam, e um dia durante uma noite em que eu já estava quase desistindo desse aparelho maravilhoso e viciante que é a televisão, quando eu trocava de canal, e canal, e canal, eu descobri o segredo do universo. Tudo bem, na verdade, eu só descobri uma série mesmo. Porém não se deixem enganar pelas minhas palavras, existe ouro correndo por esses episódios!
Orphan Black é uma série produzida pela BBC, a mesma que lançou séries maravilhosas como Doctor Who e Sherlock. Lançada no ano de 2013, ela aos poucos foi chamando a atenção de todo o tipo de viciado em séries, e hoje reúne uma grande quantidade de fãs fiéis que esperam ansiosamente pelo lançamento da quarta temporada (e eu estou no meio desse grupo lindo de fãs fiéis). Logo no começo de sua vida, a série tinha tudo para dar errado, muitos não acreditaram que uma história como essa, que surgiu do nada e ainda é desconhecida por muitos, poderia crescer e se mostrar inteligente e instigante. Mas as previsões estavam erradas, e talvez a falta de algo novo e original fez com que ela crescesse e se mostrasse digna de indicação ao Emmy, tudo graças ao trabalho de uma atriz maravilhosa conhecida por Tatiana Maslany. Hoje, após três temporadas, eu ouso dizer que a série ainda tem muito o que contar, ainda possuí grandes segredos para quebrar a nossa cabeça, e principalmente, pode conquistar mais fãs ao redor do mundo.
Nossa história começa com estilo e aos poucos vai inserindo um mistério atrás do outro em nossa mente. Logo no primeiro episódio nós conhecemos a rebelde e incontrolável Sarah (Tatiana Maslany), no momento em que a encontramos, ela está voltando para a cidade onde morava, após passar muito tempo distante, sem dar notícias a ninguém, e sem aparecer para cuidar de sua filha Kira. No momento em que ela desembarca na plataforma, e espera pelo próximo trem, ela percebe uma mulher falando ao telefone. No momento em que desliga o telefona, essa mulher coloca sua bolsa, sapatos e casaco em um canto da estação e se joga na frente de um trem que estava se aproximando. No momento em que ela se vira para Sarah, esta percebe que as duas são idênticas, uma é o espelho da outra. Sem pensar duas vezes, Sarah pega a bolsa da mulher e foge do local.
Sarah vê na morte de Beth, a mulher que se jogou em frente ao trem, uma oportunidade enorme. Incorporando o papel da ex-policial, ela pretende roubar todo o dinheiro que Beth deixou para trás e começar uma vida nova com sua filha Kira, e seu irmão Felix (Jordan Gavaris). Porém, aos poucos ela percebe que quanto mais se faz passar por Beth, mais será impossível continuar com a farsa e levar uma vida normal longe de todos os problemas e perguntas que Beth deixou insolucionados. Com o passar dos dias, Sarah descobre que ela e Beth não eram as únicas mulheres idênticas nessa história, existem muitas outras, e assim ela acaba conhecendo Cosima e Alison (também interpretadas por Tatiana).
A partir do momento em que esse grupo formado por uma dona de casa frustrada, uma mulher que passou a vida fugindo e se metendo em encrencas, e uma cientista brilhante se reúnem, a série mostra o seu valor. Ela te prende, te faz pensar e criar teoria em cima de teoria, até que a temporada termine. Acontece que todas essas mulheres são, de certa forma, irmãs. Elas são clones de uma original que se perdeu no tempo. Elas são experimentos realizados por uma organização mais poderosa do que o exército. E juntas essas personalidades divergentes vão tentar descobrir o que existe por trás de tantos segredos contados para cada uma delas desde que nasceram.
Eu sei muito bem que após a minha pequena descrição da trama inicial dessa história, muitos de vocês ainda vão pensar que essa série não é tão interessante assim, ou quem sabe, podem acreditar que essa série não faz o seu tipo. Deem uma chance para essa história. Esqueçam os gêneros em que ela se encaixa, assistam aos primeiros episódios, assistam como quem não quer nada, e garanto que vocês vão se surpreender com a graça e a inteligência dessa história.

A graça de Orphan Black reside em dois elementos importantíssimos. O primeiro deles é a história muito bem bolada, encaixada, pensada e conectada. Tudo o que acontece nesse história possuí uma explicação, e tudo, de uma maneira ou de outra, está interligado. São poucos os acontecimentos que acontecem por acaso ou por acidente. Mesmo que, durante um episódio você se pegue perguntando como aquilo está acontecendo ou porquê, logo logo as respostas virão até você, mas não antes de deixarem mais perguntas.

Os criadores souberam ligar muito bem o fator ficção cientifica com o suspense e o drama da história. Unidos, esses gêneros acrescentam força a série. Como eu já comentei várias e várias vezes, essa é uma série inteligente, porém imersiva (já estou viajando já, rsrsrs). Você ficará tão preso à história, sentirá tanto carinho por determinados personagens, que por vezes suas teoria serão influenciadas por tudo aquilo que você e determinado personagem acreditam ser certo. E confiem em mim, os próprios personagens irão te manipular, irão fazer com que suas visões mudem o tempo todo.
O segundo fator importante, se não o mais importante, são todos os clones que aparecem ao longo do desenvolvimento da história. E nós não podemos falar nas nossas queridas clones, sem destacar o maravilhoso trabalho de Tatiana Maslany. A atriz é o destaque da série, ela é magnifica, o trabalho que ela faz interpretando todas as clones é perfeito. Tatiana consegue passar de Sarah, para Cosima com uma facilidade muito grande. Ela nos confunde, nem percebemos que se trata de uma única pessoa interpretando papéis diferentes. O trabalho da atriz está tão impecável que podemos diferenciar as personagens pela voz, pelo jeito como elas falam, pela maneira como se comportam. É claro que o cabelo, maquiagem e figurino também auxiliam na diferenciação, mas é a atuação de Tatiana que fecha com chave de ouro. As personagens, todas elas, são carismáticas. Elas nos surpreendem, fazem com que o jogo mude a todo o momento, com o passar o tempo, é impossível não torcer por elas, não sentir carinho pelas clones.
Orphan Black é uma série inteligente, carismática, cheia de reviravoltas, mistérios e momentos de boas risadas (porque sem risadas o mundo seria cinza e triste). Essa é uma série que provou que tem potencial e que merece uma chance no seu coração. Orphan Black conseguiu alcançar um posto que pouquíssimas séries, até hoje, foram capazes de alcançar, se tornou minha favorita. E para terminar essa resenha eu só tenho mais uma coisa a dizer: keep calm e join the clone club!

  • Orphan Black
  • Criado por: Graeme Manson e John Fawcett
  • Com: Tatiana Maslany; Jordan Gavaris; Maria Doyle Kennedy
  • Gênero: Ficção Científica; Drama; Suspense
  • Duração: 44 minutos – 10 episódios

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