Nossa! Fazia um bom tempo que não lia um livro tão encantador quanto este. Que não é apenas fofo, durante a leitura percebi que nem tudo aqui é lindo e me fez suspirar, mas foi exatamente este contraponto entre as maravilhas e as intempéries, totalmente possíveis, da adolescência abordadas no livro que me conquistaram.
Aqui, conheceremos primeiramente Maddy Fisher uma garota comum de 16 anos, que decidiu que estava na hora de se apaixonar, de viver uma grande paixão, finalmente. Do outro lado, teremos Rich Ross, um garoto atrapalhado que busca o mesmo, ele idealiza a garota dos sonhos, a garota mais cobiçada da escola, justamente aquela que não dá a mínima para ele, mesmo assim, ele tentaria. Ambos tentariam viver uma história de amor.
Junto desses dois, nós leitores vamos embarcar num caminho sem volta cheio de aprendizado e intrigas, vamos nos aventurar pelas primeiras relações de ambos e observa-los construir seus princípios e sonhos em cima disso. Apesar do subtítulo da versão brasileira falar sobre a “primeira vez”, posso lhes garantir que o assunto fica em segundo plano durante quase que toda a leitura. A virgindade é debatida sim, e até certo ângulo bem explorada, mas de maneira alguma é o assunto principal entre os protagonistas.

Tanto Rich quanto Mad, cada um de sua maneira, vão descobrir através de suas experiências, o que está por trás desse momento único em suas vidas. O fim da inocência, a passagem da infância para o começo da vida adulta. William Nicholson, em seu livro de estreia, conseguiu refletir a adolescência nua e crua em diversos pontos de vista. Podemos distinguir o dilema de cada personagem, principal ou secundário, diante seu crescimento. Perceber que cada um deles são totalmente reais e verdadeiros em situações possíveis. E o principal, sem parecer inventado apenas para a história. Nada do que li no livro é clichê, é a realidade do modo confuso e complexo que ela pode acontecer.

Deste modo, com uma história real e personagens reais, é impossível não se identificar com o livro, é impossível não se sensibilizar com cada um e tentar ajuda-los, tentar ampara-los e dizer “- Tudo bem! Vai ficar tudo bem…” Sendo pessoas reais como nós, Rich e Mad vão aprender sobre a vida e o amadurecimento da maneira mais natural, através dos erros, dos pés na bunda, com suas desilusões e decepções. E ainda assim encontraram espaço para o amor.
Às vezes, a procura pelo amor verdadeiro, mesmo que na adolescência, deixa de ser tão complicada quando percebemos que o amor simplesmente nos encontra de uma forma ou de outra, sem que precisemos travar uma batalha sem fim contra o tempo. Esta é apenas uma das mensagens lindas que o livro passa. Outros assuntos são abordados no livro e numa linguagem totalmente atual, sem restrições. William vai abordar assuntos como sexo, os enganos da pornografia, a ansiedade da adolescência, gravidez e até assuntos mais sérios de forma totalmente aberta com o leitor.

A edição da Galera está linda, me apaixonei pela capa. Ela é totalmente condizente com a história, e se encaixa de um jeito único assim como sua diagramação. Os capítulos são curtinhos e carregam cada, um título sobre o que ele vai falar. Eles se intercalam pelos pontos de vistas de Mad e Rich, ambos narrados em terceira pessoa. Desta forma é mais fácil de se envolver com os protagonistas e sentir exatamente as mesmas emoções que passam por cada um.

Enfim gente, eu poderia ficar falando por horas sobre este singelo livro. Ao ler Rich e Mad você vai encontrar amores, amores nem tão amores assim, paixões, desejos, urgência dos acontecimentos… tudo em um mesmo cenário. Não é nem um pouco bobo, é um livro pertinente para todas as idades, totalmente real e palpável. Mais do que recomendada, é uma leitura sensível e agradável que fala sobre a vida exatamente como ela é. É claro que, com ênfase nesta fase da vida, dos jovens em suas primeiras viagens, recheada de acontecimentos cotidianos, inseguranças e incertezas, mas com uma pitadinha peculiar de doçura mesmo junto deste turbilhão de hormônios.

  • Rich and Mad
  • Autor: William Nicholson
  • Tradução: Sabrina Garcia
  • Ano: 2015
  • Editora: Galera Record
  • Páginas: 304
  • Amazon

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