Antes de seu lançamento, eu tive a oportunidade de ler e resenhar aqui no blog, A Garota do Calendário – Janeiro (resenha aqui). Sendo uma série bastante aguardada, fiquei satisfeita com o que li em janeiro, porém, ainda com o primeiro livro em mãos, tive uma pequena dose do que viria em fevereiro com um primeiro capítulo, e ali, já vi que fevereiro me deixaria bastante irritada com nossa protagonista Mia Saunders.
O cliente de fevereiro é um ousado artista plástico francês chamado Alec Dubois. Alec é bastante excêntrico, mas claro, bastante atraente e desprendido de qualquer pudor, tudo pela arte. O papel de Mia neste mês é ser unicamente sua musa inspiradora e desta maneira, Alec, através do seu estilo de vida e personalidade, vai ensinar a Mia importantes lições, a autodescoberta, aceitação e o amor próprio.
Bem, apesar do livro e de Alec, trazerem uma mensagem bastante relevante para a construção da protagonista, muito pontos a desfavoreceram durante a leitura. Já no primeiro capítulo, Mia literalmente, se joga nos braços de Alec e isso me incomodou tanto, visto que ela se mostra uma mulher super independente no primeiro livro, neste segundo, temos uma Mia carente ao extremo.
Eu entendo que neste, a personagem esteja mais exposta as suas fragilidades e que Alec, explora isso de todas as formas possíveis para suas obras, portanto aqui, temos uma Mia, totalmente, desconstruída em relação a primeira que conhecemos. Isso não é um ponto negativo, pelo contrário, estamos ainda conhecendo profundamente Mia, mas isso não deixou de me causar estranheza.

O relacionamento de Mia com Alec, a princípio, me pareceu forçado por parte de Mia, por conta da sua autoestima baixa, mas diante um trato que ambos fazem, eles resolvem se envolver intensamente por todos os dias que ainda têm. Até aí, tudo bem, porém, enquanto Mia estava com Alec, ela sempre lembrava de Wes, e isso mais uma vez me causou desconforto.

Quanto ao sexo, senti que em fevereiro existem mais cenas, porém, menos envolvimento emocional. É algo mais carnal mesmo. Também teremos um pequeno vislumbre do posicionamento de Mia em relação ao extra que ela pode ou não receber quando faz sexo com estes clientes, o que me surpreendeu bastante, visto que ela sabia da clausula no contrato. Esta passagem traz à tona aquela polêmica que envolve a série, sobre não ser uma série sobre prostituição, o que realmente não é.
Mia se entrega facilmente para Alec, porém, Alec mesmo sendo muito romântico, não demonstra um envolvimento completo, mesmo que ele não deixe de usar a palavra sagrada de todos os relacionamentos, o dito “eu te amo”. Vejo Alec como um personagem bastante ambíguo, e por momentos, aéreo. Será que isso é apenas parte do seu lado artista, ou será que teremos mais de Alec pra frente? Eu fiquei bastante cismada com o personagem.

Quanto a parte artística, a autora detalhou perfeitamente as obras e técnicas de Alec, também mostrou para o leitor todos os sentimentos que ele gostaria de extrair de sua musa inspiradora e isso, durante a leitura, é bastante convincente. Que ele é um artista talentoso disso não tenho dúvidas, o personagem se mostra com uma personalidade bastante centrada e focada no seu trabalho.

A receita de Audrey Carlan continua dando certo para mim. Posso não ter gostado tanto do mês de fevereiro, mas a leitura continua sendo feita em uma sentada só, a narrativa é ótima, rápida, engraçada e direta ao ponto, as poucas páginas contribuem com isso. Eu sabia que uma série de 12 livros teria altos e baixos, ainda mais com um início tão intenso como foi a passagem de Mia pela vida de Wes, portanto, sei que muita coisa ainda está por vir. Com certeza vou continuar com a leitura da série, mas espero que Mia não me decepcione em março.

  • Calendar Girl: February
  • Autor: Audrey Carlan
  • Tradução: Andréia Barboza
  • Ano: 2016
  • Editora: Verus Editora
  • Páginas: 132
  • Amazon

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