Olá pessoas! Após os últimos acontecimentos nacionais, não pude deixar de repetir a dose. Como na semana passada, onde apresentei para vocês livros que abordavam certos dramas adolescentes e a depressão essencialmente, desta vez vim falar sobre livros que exploram relacionamentos abusivos.

Na literatura, o assunto é abordado de várias maneiras e pode até aparecer sem a agressão física de fato. O relacionamento abusivo ocorre devido aos excessos, de ciúmes e controle, ocorre pela intimidação, pela agressão verbal e psicologia, pelas chantagens emocionais, a manipulação e a humilhação, enfim, são vários os sinais de abuso. Por este motivo, resolvi compartilhar informação com vocês. Cada vez mais isso precisa ser abordado. Tenho certeza que as leituras desses livros proporcionarão aos leitores informação suficiente para que se possa entender todas as condições que identificam tal pessoa como uma vítima de violência doméstica.

Muitas mulheres e homens (apesar da porcentagem menor, homens também podem ser vítimas) nem sequer sabem que estão dentro de um relacionamento abusivo. Espero que as dicas de leituras que deixarei abaixo, possam contribuir em disseminar a informação e principalmente, servir de alerta para amigos, familiares e até para o próprio indivíduo que pode estar dentro de um ciclo destrutivo em seu relacionamento.

Estes livros podem ser ficção e algumas histórias até podem ser improváveis, mas não deixam de ser possíveis, assim como o post anterior, cada livro abordará o tema com um peso e abordagem diferente, cada um a sua maneira, aponta e discute o relacionamento abusivo, sendo o foco principal ou secundário de suas tramas.


A Garota no Trem
O livro vai mudar para sempre a maneira como você observa a vida das pessoas ao seu redor. Todas as manhãs, Rachel pega o trem para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus habitantes a quem chama de Jess e Jason, Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess está desaparecida. Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos.

Amor Amargo – confira a resenha!

Último ano do colégio: a formatura da estudiosa Alex se aproxima, assim como a promessa feita com seus dois melhores amigos, Bethany e Zach, de viajarem até o Colorado, local para onde sua mãe estava indo quando morreu em um acidente. O dia da viagem se torna cada vez mais próximo e tudo corre conforme o planejado. Até Cole aparecer. Encantador, divertido, sensível, um astro dos esportes. Alex parece não acreditar que o garoto está ali, querendo se aproximar dela. Quando os dois iniciam um relacionamento, tudo parece caminhar às mil maravilhas, até que ela começa a conhecê-lo de verdade. Em um retrato realista de um relacionamento conturbado, a autora nos leva até o limite de nossos sentimentos.

Hibisco Roxo
Protagonista e narradora de Hibisco Roxo, a adolescente Kambili mostra como a religiosidade extremamente “branca” e católica de seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família. O pavor de Eugene às tradições primitivas do povo nigeriano é tamanho que ele chega a rejeitar o pai, contador de histórias encantadoras, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais progressista do país. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambili e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual.

Dias Perfeitos

Téo é um solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e examinar cadáveres nas aulas de anatomia. Durante uma festa, ele conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Obcecado por Clarice, Téo quer dissecar a rebeldia daquela menina. Começa, então, uma aproximação doentia que o leva a tomar uma atitude extrema. Passando por cenários oníricos, que incluem um chalé em Teresópolis e uma praia deserta em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita, repleta de tortura psicológica e sordidez. O efeito é perturbador. Téo fala com calma, planeja os atos com frieza e justifica suas atitudes com uma lógica impecável.

Os Homens Que Não Amavam as Mulheres – confira a resenha!

Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. Quase quarenta anos depois, o industrial contrata Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mikael descobre que suas inquirições não são bem-vindas pela família Vanger, e que muitos querem vê-lo pelas costas. De preferência, morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados – de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet.

Sem Olhar Para Trás

O novo romance da escritora Lycia Barros narra um drama super comum da sociedade ao longo dos séculos. Um mal que acomete, principalmente, as mulheres. Afinal, quando coagidas, agimos de forma equivocada e facilmente somos influenciadas por nossos medos. No entanto, muitas vezes o sofrimento é o melhor remédio para acordar o espírito. E sempre há tempo para refazermos a nossa trajetória, onde algo surpreendente pode estar nos esperando no fim da linha. Esse é o foco da história de Agatha: é preciso força para recomeçar. As cicatrizes ficam, mas a força de reação é maior.

Todo Dia

Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrarem a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

Bom dia, Verônica – confira a resenha!

Aqui acompanhamos a secretária da polícia Verônica Torres, que, na mesma semana, presencia de forma chocante o suicídio de uma jovem e recebe uma ligação anônima de uma mulher desesperada clamando por sua vida. Com sua habilidade e sua determinação, ela vê a oportunidade que sempre quis para mostrar sua competência investigativa e decide mergulhar sozinha nos dois casos. No entanto, essas investigações teoricamente simples se tornam verdadeiros redemoinhos e colocam Verônica diante do lado mais sombrio do homem, em que um mundo perverso e irreal precisa ser confrontado.

DICAS EXTRAS:

Também resolvi incluir na lista um filme e uma série que também abordam os temas.

O filme Nunca Mais, protagonizado pela cantora e atriz, Jennifer Lopez em 2002, foi um dos filmes mais marcantes para mim que abordava o tema. Provavelmente, eu fiquei muito mais impressionada pela pouca idade que tinha na época, e tal assunto, a agressão contra a mulher, de fato era algo totalmente distante da minha realidade. Jessica Jones (confira a crítica da série aqui) está entre as melhores séries de heróis que vi atualmente, tudo pela genialidade dos produtores em retratar em uma história de heróis, o assunto de uma forma pertinente e atual. Se tirarmos todo o elemento fantástico da série, a verdade está lá, relacionamentos abusivos sendo abordados pela Marvel e pela Netflix.

Como denunciar?

Ligue para a Central de Atendimento à Mulher (180), a ligação é gratuita e anônima para todo o Brasil. Para mais informações, em 2014, a Secretaria de Políticas para as Mulheres lançou um aplicativo para celular com diversas informações sobre a Lei Maria da Penha. A denúncia de violência doméstica, também pode ser feita em qualquer delegacia, não apenas nas delegacias da mulher, além disso, prefeituras e secretarias também oferecem centros de atendimento e apoio em todo o Brasil.Milhares de abusos podem estar acontecendo no exato momento que você está lendo esta postagem, na casa ao lado, no carro da frente, em todo canto do mundo. Portanto, não deixem isso passar. Se você conhece alguém, que passa por isso, ajude, denuncie, não vire as costas e também tenha paciência. A maioria das vítimas não aceitam a verdade e isso faz parte.

Espero que tenham curtido das dicas!
Vocês já leram alguns desses livros, assistiram a série ou ao filme? O que acharam? Conta pra mim! Também não deixem de citar outros livros que também abordem o tema e que eu possa ter esquecido de mencionar por aqui.

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