Han Se Joo é um jovem autor de best-sellers que vive isolado em sua mansão onde confia apenas em alguns poucos funcionários para administrar sua carreira. Tendo sido traído pelas únicas pessoas em quem confiava, ele agora faz todo o possível para evitar contato com o mundo externo. Sob uma aparência fria e arrogante, ele esconde um problema que vêm crescendo mais e mais a cada dia que passa, o temido bloqueio criativo. Em uma viagem de divulgação, onde irá autografar seu último livro lançado, ele se encanta por uma antiga máquina de escrever datada da década 30. Mesmo estando em uma terra estrangeira, a máquina é oriunda de seu país e ele sente um inexplicável interesse pela peça, que lhe é negada após um pedido de compra. O que ele nem imagina é que a máquina está possuída pelo espírito de Yoo Jin Oh, um talentoso escritor que está mais do que disposto a ajudá-lo em seu processo de escrita. Após uma série de eventos sobrenaturais causados pelo fantasma preso à máquina de escrever, o objeto é enviado ao endereço de Se Joo na Coréia e a entrega fica sob a responsabilidade de Jeon Seol uma fã completamente apaixonada que nem acredita na própria sorte quando vê o destinatário no pacote.
Jeon Seol foi abandonada pela mãe quando era mais nova e agora vive com a família da melhor amiga. Leitora viciada, ela encontra nos livros o escape para as memórias dolorosas de outra vida que insistem em aparecer na sua mente nos momentos mais inoportunos. O problema surgiu quando ela ainda era criança e o tema de tais lembranças foi responsável por afastar a mãe e pôr fim à sua carreira olímpica como atiradora. Ela vive de pequenos trabalhos, e divide o tempo que lhe resta entre ajudar uma amiga veterinária em sua clínica e acompanhar os passos e o trabalho do seu escritor favorito Han Se Joo. Ela nunca perde uma sessão de autógrafos, já leu todos os livros dele e se auto declara a fã número um, então, quando um pacote que ele deverá entregar é destinado a ele, Jeon Seol não perde tempo e corre para a casa do escritor.Jeon Seol acredita que conhece bem seu autor favorito, e é cheia de expectativas que bate em sua porta com o pacote em mãos. Porém é com grande decepção que ela percebe que o ídolo é na verdade muito grosseiro e depois de mais algumas tentativas de se tornar próxima dele, ela finalmente desiste e se torna então uma anti-fã, o que é péssimo para os planos do misterioso escritor fantasma. Em meio à essa confusão Han Se Joo se vê pressionado por seus editores, a entregar um novo material para o próximo livro e embora seus sonhos sejam povoados por imagens de um romance em meio à revolução na década de 30, para ele é cada vez mais difícil tirar as palavras da cabeça e colocar no papel. Quando sua vida começa a sair dos trilhos ele encontra datilografadas, páginas e mais páginas de um livro que ele gostaria de escrever, mas não consegue, e junto às páginas um homem saído diretamente do passado. Passado que ele também compartilhou, mesmo que ainda não se lembre.

No passado Han Se Joo também era um escritor, que lutava por seus ideais ao lado dos dois melhores amigos. Em meio à ocupação da Coréia pelos japoneses em 1930, o clima não poderia ser mais hostil, e ver o país livre era o desejo de muitos jovens rebeldes que lutavam nas sombras para defender sua pátria, às vezes com a própria vida. Como em todas as guerras, mesmo nas mais silenciosas, a morte de inocentes é inevitável e confiar naqueles que estão ao seu lado é primordial. Han Se Joo, Jeon Seol e Yoo Jin Oh eram ligados por fortes laços de amizade e protegiam um ou outro com todos os meios disponíveis. Mas algo aconteceu no passado, uma tragédia que mudou o rumo da história e foi responsável por unir essas 3 pessoas por décadas, mesmo após a morte, algo que impediu Yoo Jin Oh de reencarnar, e que ele precisa desesperadamente lembrar.
O primeiro ponto a mencionar é o cenário onde a trama se encaixa, um prato cheio para quem como eu, ama livros. O protagonista, como já vimos acima, é um escritor, e a produção pensou em cada detalhezinho da profissão. A casa do Se Joo parece uma biblioteca, e é comum você ver os personagens lendo e folheando livros. Quando a história começa e somos apresentados à Jeon Seol, ela está cheirando um livro novo e dizendo que não existe odor melhor, e fora que há muitas referências literárias. Só pra você ter uma ideia, mas de uma vez ele cita Stephen King, o que é incrível. Segundo ponto, é que o tom do drama vai mudando conforme os episódios vão avançando, nas primeiras cenas fica perceptível a comédia, o clima leve, as piadas para descontrair, e então pouco a pouco o rumo da história entra em um tom mais dramático, a tensão vai surgindo e só então o romance começa a ser desenvolvido. O que eu gostei na história, é que embora o amor existente na relação dessas três pessoas, seja o grande ponto chave, há sutileza e todo um cuidado para não banalizar o sentimento. Ele está ali, mas em pequenos gestos e olhares, e em mais de uma forma, no amor de um amigo, de um irmão.
Há três pessoas nessa relação, e sim, muito amor envolvido, mas não existe triângulo amoroso, então se você não curte, pode ficar tranquilo e se jogar de cabeça. A protagonista não fica em dúvida sobre os seus sentimentos, ela sempre soube de quem gostava como homem, e de quem gostava como irmão e embora os personagens masculinos gostem dela, não há espaço para uma competição mais séria sobre a relação entre eles. E quando digo que não há espaço, entro em uma parte do enredo que é minha favorita, a vida passada. Que show de fotografia, de cenários, de figurino e o melhor, a luta pela liberdade, a revolução dos jovens que lutavam por amor à pátria, para deixarem para seus filhos um lugar melhor. Que linda representação de uma juventude disposta à tudo para salvar seus ideais justos, que exemplo digno. E o papel dos nossos três protagonistas nessa revolução é ainda mais emocionante.
A protagonista é maravilhosa, e assim como a mocinha do post anterior, Jeon Seol sabe se defender e representa a mulher independente da época atual. Ver ela no passado segurando uma arma, lutando ao lado dos amigos, ou enfrentando o abandono e a rejeição na vida atual, só me faz sentir orgulho do tipo de drama que a Coréia vem produzindo nos últimos tempos. Esse tipo de história nos traz novas heroínas, reais e que não medem esforços para alcançar seus objetivos. Toda essa atitude fica evidente em uma cena de beijo incrível encaixada em um contexto de fuga que não poderia ter ficado mais perfeito. A trilha sonora é espetacular e a música tema do drama virou paixão nacional dos fãs de Chicago Typewriter, não é à toa que ela faz parte do MV que deixo no final do post de hoje.
Estou emocionada com o final até agora. Esteve à altura do enredo e eu não poderia ter imaginado algo melhor. Não posso dizer que é o típico final feliz, pois derramei muitas lágrimas nos minutos finais e é sempre triste dar adeus à personagens tão queridos. Você já espera tragédias, durante a história faz várias conjecturas e por mais distante que o final esteja do que você pensou, ele não é menos triste, nem menos lindo. O poder da amizade que foi capaz de vencer até mesmo a morte, a lealdade tão bem representada entre três pessoas que se amavam acima de qualquer coisa. Uma história linda que você precisa conhecer, que precisa entrar na sua lista. Beijos e até a próxima Hora do Drama.

Chicago Typewriter

País de Origem: Coréia do Sul
Gênero: Fantasia, Drama, Romance, Comédia
Duração: 16 episódios – 60 minutos
Ano: 2017

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