Quando eu pensava que não poderia me apaixonar ainda mais pela escrita da Renée, A Rosa e a Adaga vem pra provar que sim, é possível. Depois de morrer de amores no primeiro livro dessa duologia, agora chegou a vez de sofrer mais um pouco entre shipps errados e certos, ansiedade daquelas de roer as unhas, e a incerteza de uma história que de previsível não tem nada.Pela primeira vez no meu histórico de leituras, fiz uma coisa inimaginável até então – eu li a última página – quando estava na metade do livro. Não deu para suportar, pensei que fosse ter uma crise de gastrite se não soubesse como a história iria se desenrolar. Não vou dizer se isso melhorou ou não meu estado de espirito naquele momento, afinal você pode acabar lendo nas entrelinhas e pegar um spoiler. E por falar no temido spoiler, se você ainda não leu A Fúria e a Aurora, leia por sua conta em risco. O livro começa no exato ponto onde a trama anterior foi finalizada, então, não é impossível contar a sinopse sem acabar entregando pontos importantes.

Khalid, o temido califa de Khorasan, já foi um assassino frio e desprezível para Sherazade. Mas isso foi antes, antes de ela conhecê-lo melhor, antes de ela ver a dor e o arrependimento em seus lindos olhos, antes de se ver completa e irremediavelmente apaixonada pelo próprio marido. Agora, além de um amor fadado ao pior, ambos compartilham de um terrível segredo. Um segredo que foi responsável pela trágica separação dos dois. Sherazade está perto da família que ama, mas longe do homem responsável por sua alma e seu coração.

Com uma espada em cada mão, Khalid continuou a avançar pelo campo. Um fio de sangue desceu pelo seu braço. Não sentira nada. Apenas o vira. Por que nada doía tanto quanto a saudade dela. Ele suspeitava que nada chegaria perto.

Ser a única mulher que sobreviveu após o casamento real, a torna tão cruel e perigosa quanto o califa. Ao menos é o que as famílias das garotas mortas pensam. Em terreno hostil, ela só pode contar com a irmã mais nova e com a recente descoberta sobre si mesma. Uma magia estranha pode ser a única salvação para seu povo e aprender mais sobre como dominá-la pode ser mais perigoso e difícil do que ela pensa. Tão difícil quanto conviver com Tariq, o jovem que um dia amou, e que foi responsável por sequestrá-la do suntuoso palácio de Khorasan. Tão difícil quanto escutar diariamente os insultos e ameaças direcionados ao seu tão querido e amado rei.

Sherazade procurara consolo em apenas uma pessoa. Isso machucava. Rasgava todas as partes egoístas do coração de Tariq. Destruía cada lembrança dos anos que passaram juntos. Todos os dias em que ele aguardava a volta dela. Ver que eles eram feitos um para o outro. Sherazade e o Califa de Khorasan estavam juntos havia poucos meses. E mesmo assim estavam dispostos a morrer um pelo outro.

Eu posso tecer mil e um elogios que me fazem amar a narrativa da autora, desde o enredo brilhante até a poesia presente nas linhas simples, porém belamente construídas, dessa trama envolvente. Criei uma fascinação tal pela história de Sherazade e Khalid, que venci o jejum de continuações, e sem medo, voltei ao ensolarado deserto onde nossa protagonista é mantida longe daquele que ama. E isso é um feito e tanto, já que faz um bom tempo que fujo das séries e trilogias.

É importante ressaltar que a história não perde o ritmo, pelo contrário, Renée traz novos elementos à um enredo já rico em detalhes. Novos cenários e personagens dão um tom mais maduro e aventureiro à trajetória de Sherazade. Se o primeiro livro me ganhou pela bela história de amor e vingança, esse volume me prendeu pelo forte senso de justiça e luta por liberdade. Traições e algumas lágrimas farão parte dessa dura jornada, mas o romantismo ainda estará presente, em velhos e novos amores.Quando eu conheci a duologia em um evento da Editora Globo amei de cara, ainda não tinha nem data prevista para o lançamento aqui no Brasil, mas a história me pareceu tão romântica e ao mesmo tempo misteriosa, que foi sim amor à primeira menção. Foi falado também que a trama abordaria certos aspectos de fantasia e aquele alarme disparou na minha mente. O fato é que eu e livros de fantasia não costumamos nos dar bem. Com exceção de alguns, bem escritos e surpreendentemente envolventes, os outros despertam em mim aquela vontade insana de jogar o livro pela janela, então sim, fiquei apreensiva quando comecei a ler, mas passado o primeiro capítulo, esqueci de tudo e me entreguei ao enredo.

Com o fim do primeiro volume, ficou em evidência que a continuação iria sim, desenvolver a magia de Sherazade com mais ênfase e eu confesso que estava apavorada com a possibilidade de ver meu livro favorito se perder em meio à fantasia exagerada e sem sentido, mas a delicadeza da escrita mais uma vez me surpreendeu e sim, outro título da autora que ganha cinco estrelas de avaliação na minha listinha.

Confira a duologia A Fúria e A Aurora

Acho que esse é aquele tipo de história que você gostaria de indicar para todos os seus amigos, os que gostam de romance, os que gostam de aventura, de protagonistas fortes, de tensão e conspirações políticas. Uma obra completa e envolvente que vai fazer você suspirar e derramar algumas lágrimas. Gente, se vocês ainda não conhecem ou não leram A Fúria e a Aurora façam isso logo, vocês não sabem o que estão perdendo. Depois voltem aqui e vamos ser fãs da Renée juntos.

  • The Rose & The Dagger
  • Autor: Renée Ahdieh
  • Tradução: Fabienne Mercês
  • Ano: 2017
  • Editora: Globo Alt
  • Páginas: 364
  • Amazon

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