Tempos escuros acompanham Metrópolis e isso é só um dos efeitos colaterais após morte do Superman. Depois de milhares de anos, três artefatos, protegidos pelas amazonas, atlantianos e humanos, despertaram e uma vez unidos o portador delas ganhara não só o poder de criar, mas também o de destruir. É assim que ressurge um grande vilão da humanidade. Diana Prince (Gal Gadot), assim como Bruce Wayne (Ben Affleck) sabem o mal que os espreitam e juntos, resolvem recrutar ajuda, unir um grupo de meta-humanos capazes de combater o perigo. Mas seriam Flash (Ezra Miller), Cyborg (Ray Fisher) e Aquaman (Jason Mamoa) suficientes para salvar o planeta de mais um ataque?
Comparações entre DC e Marvel são quase impossíveis de serem evitadas, o que fortalece ainda mais a divisão dos fandons atualmente. Porém, em minha crítica, devo dizer que tentar separar estes dois universos foi uma tarefa bastante difícil, visto que depois do afastamento do Zack Snyder, devido a problemas pessoas, mas que continua sendo creditado no filme, Liga da Justiça tenha recebido reforços de Joss Whedon, roteirista e diretor também de Vingadores e Thor – O Mundo Sombrio.
Após alguns tropeços da DC, finalmente o estúdio conseguiu entregar algum material digno aos seus fãs pós Mulher Maravilha, que na minha opinião, continua sendo o melhor filme do estúdio. De antemão, aviso que Liga da Justiça ainda tem muito a aprender com a fórmula criada pela Marvel, porém é com grande satisfação que digo que é possível ter uma nova perspectiva no futuro da DC. Créditos sem dúvidas de Joss, que trouxe (talvez) uma grande bagagem dos anos que trabalhou na Marvel.

Por se tratar de uma equipe, é possível se envolver com cada um dos personagens de Liga da Justiça e este era o meu maior medo antes de assistir o filme. Tempo de tela, foco apenas nos personagens já consolidados… será que eles roubariam a cena dos novatos? Não foi isso que aconteceu. Flash, Aquaman e Cyborg ganham profundidade, contexto e motivações próprias, o que torna a trama ainda mais envolventes ao público. É possível se envolver com a trama, queremos mais desses personagens, queremos mais deles em ação.
Aqui temos um pouco mais de respostas sobre o que Diana fez após os acontecimentos do seu filme. Ponto importantíssimo da trama, uma vez que ela é confrontada por Bruce Wayne sobre o que ela tem feito para a humanidade e do porquê só o Superman deveria carregar todo este peso das costas. É Batman que os faz enxergarem o quanto cada herói pode ser poderoso e pode contribuir para a justiça. Um contraponto bastante forte para o próprio Batman, que carrega a culpa da morte de Superman e do modo como se vê confrontado com sua própria mortalidade no meio de vários meta-humanos. Continua adorando este lado sombrio do Batman, a forma como os acontecimentos que o acometerem em sua vida, continuam o moldando.
Alguns cortes do longa me pareceram secos demais, talvez um erro de edição ou da versão que acabou indo aos cinemas. Acredito que isso tenha ocorrido devido a troca de cadeiras que aconteceu. Algumas cenas também pareceram fora de ritmo, como se o grande problema do filme fosse esquecido por alguns minutos para dar lugar a um desvio cômico, bom, porém, naquele momento dispensável. Mesmo assim, é preciso falar da química do grupo em cena. Tudo funciona perfeitamente, a sincronia das lutas e a forma como trabalham juntos, pela primeira vez em equipe, chegou a emocionar a fã deste lado daqui, confesso.

Cada ator conseguiu captar a essência do seu personagem e Ben e Gal já haviam provado isso nos filmes antecessores. Juntos percebemos a dinâmica dos personagens juntos, que pôde ser ensaiada em Batman vs Superman, porém, em a Liga da Justiça que ela alcança um voo mais alto. Os outros personagens ganham espaço, reconhecimento e importância, é ótimo vir isso retratado na tela e perceber que o elenco tem uma interação que funciona. Pontos para o carisma de duas figuras do elenco, Ezra e Jason com certeza unem as pontas que poderiam estar soltas do grupo.

Enquanto existe um grande acerto entre roteiro (até certo ponto) e personagens, Liga da Justiça peca na entrega de algumas cenas que precisaram do uso de efeitos e retoques especiais. Um dos personagens da Liga aparece quase que irreconhecível por alguns momentos, o que é bem estranho visto que as cenas em que Cyborg está em cena estão impecáveis. Sem dúvidas algo que pode ter sido entregue com mais pressa, o que é uma pena. A trilha sonora continua épica, é uma lavada em relação aos temas da Marvel (desculpa pessoal, eu realmente tento). Agora, imaginem a trilha de Batman, Superman e Mulher Maravilha em um único filme. É maravilhoso e a versão remasterizada de Come Together por Gary Clark Jr. casa muito bem e dá um ritmo ainda melhor ao filme.

Mesmo entre tropeços, erros e acertos, a DC continua sendo minha queridinha. Gosto do clima sombrio que o estúdio escolheu para sua nova era de heróis e gosto também desta nova faceta que encontrei em Liga da Justiça. Espero que continue melhorando e que os fãs continuem sendo agraciados pela ação desses personagens nos cinemas. A DC ainda não encontrou totalmente o seu eixo, mas Liga da Justiça nos dá a certeza que estão no caminho certo. O filme entretém, diverte e empolga, também proporciona aquela nostalgia dos tempos da animação e ao final dos créditos isso que importa, o quanto é ótimo estar vivendo para ver tudo isso acontecendo e saber que muito mais ainda há de ser explorado.

Ao final existem duas cenas pós créditos, uma que arremata a simpatia do público diante os personagens e outra que dá continuidade ao futuro de a Liga da Justiça nos cinemas, portanto, fiquem até o final.

  • Justice League
  • Lançamento: 2017
  • Com: Ben Affleck, Gal Gadot, Ezra Miller, Ray Fisher, Jason Mamoa
  • Gênero: Ação
  • Direção: Zack Snyder

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