Carole Barber é uma mulher de cinquenta anos, uma grande estrela do cinema, aclamada pelo público, mundialmente conhecida e muitas vezes premiada por seu talento incrível. Mas nem tudo em sua vida anda bem, seu amado marido faleceu, perdeu a batalha para o câncer e agora tudo que ela deseja é escrever o livro que prometeu a ele que concluiria, mas um bloqueio criativo tem a atormentado dia após a dia.

Sem saída e precisando se reencontrar para ser capaz de dar voz a seus personagens, ela decide retornar para a cidade que sempre a acolheu, seu lugar preferido no mundo – Paris.
Sem avisar aos filhos, ninguém além de sua assessora sabe de sua viagem. É a primeira vez que Carole se aventura sozinha e enxerga esse momento como sendo único, cercada pelo clima romântico, pelos cheiros e sabores, sente que será capaz de dar continuidade ao seu livro e por alguns momentos é tomada pela sensação de renovo, entretanto durante seu trajeto de volta para o hotel onde está hospedada, um terrível atentado terrorista acontece e sua vida fica por um tris e não apenas isso, Carole também perde a memória e tudo a sua volta é mistério e desconhecido. Agora ela precisa mergulhar em suas lembranças, observar tudo e todos a sua volta e confiar nos seus mais instintivos sentimentos para ser capaz de formar o quebra-cabeça que se tornou sua vida.

(…) Era como se tivesse voltado como outra pessoa, sutilmente diferente, mas talvez mudada para sempre. Era muito sedo para se saber. Estava começando do zero…

Reencontro em Paris é um livro sensível, inspirador e reflexivo. Que fala sobre recomeços, superação, segundas chances, perdão e amor. Amor na sua forma mais pura e envolvente, que nem as dificuldades e os anos são capazes de apagar. Que deixa bem claro que o que realmente importa é quem somos, as pessoas que nos amam, como lidamos com os erros e o que estamos dispostos a fazer para ser feliz.

Carole é uma mulher tão forte, que enfrentou momentos difíceis ao longo da vida. E que acaba se deparando com mais um, um atentado terrorista que roubou suas lembranças e que a debilitou emocionalmente e fisicamente. Sua recuperação é dolorosa, intensa e acompanhar todo esse processo é emocionante. A medida que flashbacks surgem, que as lembranças começam a espreitar, tudo passa a fazer sentido, e nós começamos a entender suas escolhas e torcer por um futuro feliz.

A verdade é que nem fama, nem dinheiro, nem todo sucesso do mundo é capaz de comprar a felicidade. Existem coisas que vão muito além disto, que são muito mais importantes e as vezes ficam ofuscadas pela nossa constante insistência e obsessão pela perfeição, pela ambição, por querer sempre mais. Pelo menos uma vez deveríamos parar, desacelerar e nos reencontrar. Viver é uma arte que precisa ser apreciada todos os dias.

Ela procurava uma parte de si mesma, uma parte que havia escondido em uma gaveta, em algum lugar, uma parte sua que queria e precisava encontrar, para que o resto da sua vida fizesse sentido.

Danielle Steel possuiu uma narrativa envolvente, ela tende a usar muitas emoções na construção de seus personagens, seus enredos são dramáticos e ela sabe como cativar o leitor. O único ponto que me incomodou ao longo da história é que em determinados momentos senti o desenvolvimento um pouco arrastado, mas nada que atrapalhe a leitura. Recomendo o livro para todos que amam romances com reviravoltas, com aquela dose de drama, que emociona e faz refletir. Já quero ler mais obras da autora.

  • Honor Thyself
  • Autor: Danielle Steel
  • Tradução: Aline França
  • Ano: 2017
  • Editora: Record
  • Páginas: 320
  • Amazon

rela
ciona
dos