January Jones chegou no Brasil através da Editora AVEC em 2016. Ela é uma heroína que possui muitas semelhanças com grandes mocinhos como Indiana Jones (o próprio nome diz) e figuras femininas mundialmente conhecidas como a espiã Mata Hari e a aviadora Amelia Earhart. O traço do quadrinho, criado originalmente no final de 1980 por Martin Lodewijk e Eric Heuvel, chamado Linha Clara, é um clássico, que é um estilo de desenho popularizado por Hergé, o criador de Tintim, e tem como característica exagerar no traçado e tornar os personagens mais caricatos.
No segundo volume da série, O Crânio de Mkwawa, que marca o retorno da heroína para o Brasil, January e seu fiel escudeiro e mecânico Rik estão de volta a França e para pregar uma peça em sua amiga, Rik não demora muito para encontrar encrenca. Ele acaba comprando um misterioso crânio que havia sido do Sultão de Mkwawa, a peça fora tomada pelos alemães na Primeira Guerra. Porém não demora muito para que a relíquia vire um objeto bastante cobiçado por figuras muito suspeitas, quando se descobre que pode haver um importante mapa para um tesouro perdido dentro do crânio. Sendo assim, está dada a largada para mais uma aventura cheia de ação de January e, o melhor, que se passará dentro das Catacumbas de Paris.
Este foi meu primeiro contato com a aviadora January Jones. E que surpresa agradável que tive. Confesso que tive um pouco de dificuldades em me adaptar com o traço e texto extenso do quadrinho, mas depois de algumas páginas, já consegui aproveitar ao máximo da jornada da destemida Jones. Uma curiosidade é que como não li ainda o primeiro volume, sinto que perdi alguma coisa na relação de Jones e Rik, mas isso deve ser mero detalhe ao final de tudo. Estou errada?

A verdade é que o enredo da HQ é bem interessante, que cativa o leitor com diálogos bem construídos e que direcionam o leitor para o que realmente interessa. A trama se altera entre os momentos mais descontraídos entre os personagens protagonistas, a ação e também os momentos mais calmos onde é feita toda a investigação. O fato de January ser uma heroína mulher de quadrinhos e ter sido criada na década de 80 também é um atrativo para quem quer conhecer as aventuras de Jones. Pois apesar de demonstrar características que a sensualizam, percebemos que a personagem é extremamente inteligente, forte e insubstituível.

Vamos ao cenário? Estamos em um período Pré-Segunda Guerra, então muitas figuras mundialmente conhecidas aparecerão por aqui. Esta história em questão, por se tratar da França, irá retratar alguns cenários que são lindos do país, que brilham na arte de Heuvel. Eu adorei! Principalmente as cenas que se passam nas Catacumbas, local que eu gostaria muito de conhecer e que por si só já guarda milhares de segredos. Aliás, se você não sabe o que é isso, são antigas galerias que existem até hoje no subsolo de Paris. É um ossuário organizado por sistema de túneis com cerca de 5 a 7 milhões de pessoas. Incrível né?

Sem dúvidas, fãs dos clássicos quadrinhos da década de 80 irão gostar muito de January Jones. As aventuras vividas pela personagem são regadas de ação, desafios, bandidos e o principal, armadilhas, que prometem causar algumas pequenas reviravoltas na trama, tudo para tornar ainda mais interessante. É claro que, como qualquer boa história, ainda sobra espaço para os criadores fazerem certas críticas a sociedade da época.

Particularmente, não é o traço que mais me encanta dentro dos quadrinhos e por isso a minha classificação, mas adorei conhecer mais sobre a técnica e ter conhecido a obra como um todo. Apesar de esse ser o segundo volume de uma série, entendi que cada quadrinho retrata uma aventura diferente, pois possuem início, meio e fim, portanto, podem ser lidos separadamente. E vocês curtiram o quadrinho? Contem para nós, vamos conversar!

  • January Jones Deel 2: De Schedel Van Sultan Mkwawa
  • Autor: Martin Lodewijk e Eric Heuvel
  • Tradução: Paulo Henrique Goés Tirre
  • Ano: 2018
  • Editora: Avec
  • Páginas: 48
  • Amazon

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