Renegados faz parte de uma série que leva o mesmo nome e que possui mais dois volumes, Archenemies e Supernova, já lançados nos EUA. Não há previsão para esses dois livros ainda aqui no Brasil. A autora Marisa Meyer também é autora da série Crônicas Lunares composta por quatro livros, eu só li o primeiro livro Cinder, mas gostei bastante. E também escreveu o livro Sem Coração, que conta a história da Rainha de Copas de uma maneira diferente. Todos esses foram lançados pela Editora Rocco.

No universo de Renegados, o mundo o qual conhecemos não existe. Na história algumas pessoas tem poderes sobre-humanos, dos mais variados tipos e formas, e quem tem esses poderes são chamados de prodígios. Por muitos anos, os prodígios foram uma espécie de párea para a sociedade, foram perseguidos e marginalizados ao extremo. Com medo, eles apenas escondiam seus poderes para não sofrerem. Mas nós sabemos que as coisas sempre chegam em um ponto onde o oprimido acaba se tornando o opressor.

Após centenas de anos sentindo medo, um dos prodígios resolveu se rebelar: Ace Anarquia. E a partir daí outros se juntaram ao movimento. A cidade de Gatlon foi tomada e muitos outros prodígios pelo mundo ganharam força e também lutaram fazendo toda a sociedade começar a ruir com ataques de todos os tipos. Por vinte anos, Gatlon viveu na Era da Anarquia, até que prodígios que se denominavam de Renegados, surgiram para estabelecer a ordem novamente, derrotando Ace e outros anarquistas. Os anarquistas que sobreviveram foram deixados em paz caso não fizessem mais nenhuma vilania.

Essa falsa paz foi estabelecida por anos, porém os anarquistas que sobraram não tinham desistido. Há uma nova anarquista que pode mudar tudo: Nova. A garota tem muitos motivos para ver os Renegados ruírem e como ninguém sabe sua identidade, nem se ela realmente é uma anarquista ou alguém agindo sozinha, Nova é como uma arma secreta contra os Renegados. Nova tem o codinome Pesadelo, seu poder é fazer os outros dormirem quando os tocam. Pode parecer inútil quando se tem que estar em contato direto com a pessoa para funcionar, mas Nova foi treinada para ser uma arma de combate e tem outras habilidades que fazem dela uma boa vilã.

“Você sabe o que dizem… quem não tem medo não pode ser corajoso.”

No outro lado temos Adrian, um garoto Renegado, com codinome Rabisco , onde tem a habilidade que seus desenhos ganhem vida. Adrian acredita na justiça e depois de um ataque de Pesadelo a um dos maiores Renegados, ele sente que os anarquistas estão mais ativos do que nunca. Depois desse ataque, as vidas de Nova e Adrian se entrelaçam e Nova tem uma nova chance de fazer o que sempre quis: destruir os Renegados.


Para os fãs de espionagem, de super-heróis e supervilões, o livro Renegados é um prato cheio! Lendo essa história, eu só conseguia imaginar as cenas sendo retratadas em um filme com bastante ação! Ia ser realmente incrível! Porém, o livro também tem suas partes mais lentas quando descreve demais os ambientes e alguns diálogos que não vão para frente. Nessas cenas o livro se torna um pouco monótono, e ainda temos uma formação de romance rápida demais que não me convenceu. Esses são pontos que me incomodaram, mas não são nada comparados às cenas dinâmicas que aparecem e as reflexões que elas trazem.

Algo que gostei muito na história é que a autora Marissa Meyer nos faz refletir sobre a dependência dos humanos pelos Renegados. Antes eram apenas prodígios e páreas, agora alguns se tornaram salvadores. E esses salvadores são o que mantém tudo funcionando bem, pois os humanos ficaram preguiçosos e deixaram tudo nas mãos dos Renegados. Mas a sociedade não seria de todos? Não deveriam os humanos também se ocuparem de patrulhar e cuidar da segurança de sua cidade?

“As pessoas precisavam aprender a se cuidar, mas isso nunca aconteceria enquanto houvesse super-heróis mandando nas coisas.”

Marissa Meyer trata disso com os dois pontos de vistas de ambos protagonistas. Apesar de Nova pensar nisso de forma mais radical e Adrian ter uma visão mais cooperativa, os dois sentem que algumas coisas devem mudar nesse universo, pois assim a responsabilidade de tudo não ficará nas mãos de apenas um grupo.

E ainda temos essa definição de herói e vilão. Por que uma parte dos prodígios viraram os vilões quando tudo o que queriam era não serem tratados como escória? E por que no fim de tudo, outros prodígios foram tratados como heróis quando eles também eram considerados escória antes da guerra? A autora brinca com a nossa mente sobre isso, pois no fim Anarquistas e Renegados nada mais são do que prodígios. Uns quiseram tomar o poder na forma de vingar anos sendo caçados pelos humanos e o outros ajudaram os mesmos humanos a não morrerem nas mãos dos vingadores.

“Nossa reputação nos precederia onde quer que fôssemos. Enquanto a anarquia for sinônimo de caos e desespero, os Anarquistas sempre vão ser sinônimos de vilões.”

O início te introduz devagar na história e a autora não revela muita coisa ao leitor, apenas o básico para nos deixar curiosos, mas quando a história passa da metade, há várias revelações e eu fiquei formando teorias e possíveis acontecimentos do passado dos personagens. Muitas perguntas e conexões do passado ficaram me rondando o pensamento. Renegados cativa e intriga, deixando o leitor de queixo caído com os momentos finais da história.  Não vejo a hora de ler o segundo livro!

  • Renegades
  • Autor: Marissa Meyer
  • Tradução: Jeannine Emery
  • Ano: 2020
  • Editora: Rocco
  • Páginas: 512
  • Amazon

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