Niamh é uma “plebeia” que mora com sua mãe e avó e tudo que ela quer é dar uma vida melhor para elas. Sua chance aparece quando ela é convidada a prestar seus serviços como costureira no casamento do príncipe. Ela fica surpresa com o convite, mas abraça a ideia, afinal, com a visibilidade do seu trabalho mais pessoas a contratarão e ela conseguirá enviar dinheiro para casa.
Preciso dizer que Niamh não é uma costureira comum, ela tem um dom rato: o poder de “costurar” emoções e memórias nas roupas que cria, por isso é tão importante ela conhecer um pouco seus clientes.
Chegando ao palácio Niamh conhece ambos os príncipes, Jack e Kit Carmine. Jack é o príncipe regente e foi ele quem contratou Niamh. Kit é o noivo. Logo no primeiro contato, percebemos que Kit não é uma pessoa fácil de lidar, sério e rude, ele não causa uma boa impressão em Niamh. Mas pelo menos, existem pessoas mais agradáveis por perto, como Sinclair, um amigo da família.
“Desde o momento em que soube quem ele era, talvez Niamh devesse saber que era seu destino encontrar-se ali: ela com o coração se contorcendo em nós de paixão; ele, impossivelmente fora de seu alcance por centenas de motivos diferentes.”
Claro que o trabalho e convívio, vai despertar em Niamh sentimentos por Kit, o que coloca em cheque as obrigações políticas do príncipe que precisa se casar com Rosa, devido a uma aliança estratégica. e a partir dessa realidade que seguiremos na história.
É fato que Allison Saft tem uma escrita delicinha, super fluida e rápida. A história é muito aconchegante, os personagens são adoráveis, mesmo o Kit com seu jeito rabugento. Essa é uma romantasia de volume único que mistura magia, política e sentimentos profundos em meio a um cenário inspirado na Regência Britânica e que me conquistou completamente.
Acredito que, o que mais prende durante a leitura é a química entre os personagens, que são embalados pelos sentimentos empregados nas roupas que Niamh cria. A conexão entre eles é crescente, vulnerável, que se desenvolve em meios a escolhas difíceis. É o tipo de leitura que funciona de várias formas, como: para sair de uma ressaca, como leitura gostosinha e rapidinha de fazer, sem grande complexidade, mas que também carrega um certo pesa ao debater temas como liberdade, autonomia e legado.
Um Encantamento Delicado oferece uma narrativa sensível, ambientada em um universo monárquico que explora temas como senso de dever, conflitos entre reinos e a busca por identidade. Ainda assim, o verdadeiro destaque está na construção dos personagens e na força transformadora do amor. Com uma pitada irresistível de enemies to lovers, essa história é uma excelente escolha para quem busca uma leitura reconfortante, perfeita para dias chuvosos acompanhados de um bom chá.
*resenha revisada e editada por Joice Cardoso
