O sentimento que me acompanhou durante a leitura de A Cidade de Vapor foi de nostalgia e saudade. Principalmente por ter em mãos aquele que é o último livro do autor Carlos Ruiz Zafón, uma obra póstuma que reuni onze contos do autor, sendo três inéditos. É como receber um abraço, um carinho deixado pelo autor para seus leitores que tão precocemente o perderam. O livro é pequeno, porém gigante em seus textos, é impossível não reviver maravilhado as letras, e a forma tão única de contar uma história como Zafón fazia, criando seu próprio gênero, explorando os vários elementos que ele com maestria orquestrou na construção de seu universo.
Falando dos contos, logo de cara vamos retornar ao universo de névoa e sombras de uma Barcelona que ganha vida, que pulsa aos olhos do leitor, através das páginas, também iremos reencontrar personagens já queridos que para muitos se tornou um favorito, como por exemplo, David Martín, jovem e vivendo uma paixão. Autores malditos, atormentados. O drama que aperta o coração, que nos coloca a sentir, através de um personagem trambiqueiro, que usa sua filha adotiva em seus golpes. Drama este que o autor nunca teve problema em explorar, fazendo com que nos despedíssemos de personagens queridos com suas mortes dentro dos enredos. Não posso me esquecer de mencionar o conto que traz assassinos profissionais, o próprio franquismo e como isso arrepia e incomoda. Continue lendo