Argylle – Vale a pena assistir o primeiro flop de 2024?

Como explicar esse filme? Tiro, porrada e bomba misturados com muito humor, amor e cor!

Já imaginou você ser uma escritora de sucesso e criar, do conforto da sua casa, uma história cheia de aventuras e ação, quando de repente algo estraga o seu sonho… A sua própria criação vira realidade e decide te assombrar?

O filme “Argylle”, inspirado no livro homônimo, expõe a vida de Elly Conway, uma mulher que se aventura na arte de contar histórias sobre espionagem e acontecimentos políticos entre os seus turnos como garçonete. Com uma história brilhante, talento inquestionável e um mistério acerca das previsões certeiras dentro de suas obras, os livros da autora logo ficaram famosos.

O fato das obras da escritora conterem informações que logo se tornam realidade, é um ponto que desperta a curiosidade de outros personagens e, claro, a dos telespectadores também. Afinal, será que Elly teria talentos sobrenaturais como uma vidente, seria uma espiã ou apenas alguém com sorte (nesse caso, falta de sorte)?

A produção audiovisual conta com um elenco de peso. A cantora Dua Lipa aparece como Lagrange, o astro Henry Carvill como o agente Argylle e Sam Rockwell como o espião que ajudará a nossa protagonista interpretada por Bryce Dallas Howard.

O filme se inicia na Grécia, mas o longa transita por muitos lugares do mundo. Contemplado por um cenário maravilhoso, há ricos detalhes audiovisuais que dão vida à produção. A película tem uma imagem chamativa, pois há a presença de cores variadas, e lindas paisagens. Os enquadramentos são bem explorados e as transições são feitas de forma inteligente, geralmente para destacar o humor da situação.

Falando em humor, Argylle certamente é um filme bem humorado que irá divertir o telespectador. Essa boa energia se dá por conta das piadinhas de Aidan Wilde, o espião interpretado por Sam Rockwell, que ajuda a personagem principal. Elly e Aidan têm um contraste de personalidade, ela é a medrosa e ele o engraçadinho corajoso que, na primeira oportunidade, irá jogar o gato dela de um prédio. Sim, isso acontece e o gatinho fica bem!

Os fãs de cenas de luta ficarão satisfeitos. Os conflitos são apresentados com muita criatividade, dando espaço para os atores demonstrarem seus talentos sem perder a ação, caso você já tenha assistido, deve ter percebido isso com a dança e a patinação artística. Ao invés de haver muito sangue derramado há muitas cores, principalmente nos conflitos finais.

A “explosão de cores” lembra fogos de artifícios, que fazem referência às cenas iniciais do livro da autora. Esses elementos misturados com a trilha sonora – que é maravilhosa – fizeram eu me sentir em um momento mágico.

Durante a história é possível ver a evolução de Elly e Aidan como equipe. Descobrimos, finalmente, o motivo da escritora acertar as “previsões do futuro” e ficamos chocados com o rumo que a história vai tomando. Aos poucos, a escritora deixa seus medos de lado e toma coragem, os acontecimentos se encaixam e vão fazendo mais sentido. O único ponto negativo que tenho a destacar é a conveniência presente em algumas partes da obra, elas não têm um motivo sólido, apenas acontecem.

Elly acredita nas revelações sobre os seus livros, sobre a existência das agências que ela escreveu sem muita desconfiança. Resolve o primeiro enigma de Argylle com facilidade e apesar de repetir várias vezes “sou apenas uma escritora”, acredita fielmente que certos acontecimentos, na verdade, eram pistas que levariam seu parceiro e ela diretamente para a resposta que buscavam.

Tirando a conveniência de algumas cenas, assistir “Argylle” vale super a pena. O filme possui momentos de ação, humor e momentos fofos com a possibilidade de um romance aparecer no meio de tanta confusão. Mesmo não tendo tanta fama e sua bilheteria não ter sido tão significante, vale a pena dar atenção para a produção.