Estamos no século XVIII onde a palavra homossexualidade não existia. O ato era apenas denominado como sodomia e era considerado um crime.

Henry “Monty” Montague é um libertino prestes a se despedir de sua vida de prazeres e sem responsabilidades. Ele e seu melhor amigo Percy Newton estão prestes a fazer um Grand Tour pela Europa, e quando eles voltarem, Monty terá que assumir as responsabilidades de homem da família no lugar de seu pai. Lógico, ele não quer pensar nisso, apenas concentrar seus pensamentos nesse ano de farra.

Porém seus planos são arruinados quando seu pai contrata Sr. Lockwood como tutor para que os acompanhem e façam com que eles visitem museus e afins. Nada de farra, nada de relacionamentos impróprios, nada de bebedeira. O que seria um ano divertido, irá se tornar um martírio aos olhos de Monty.

E o martírio fica ainda pior quando eles acabam por ser assaltados na viagem e no meio da confusão todos se separam. Monty, Percy e Felicity, irmã de Monty, acabam entrando em uma aventura inesperada ao tentar voltar para casa. O que era uma viagem tediosa acaba se transformando em uma fuga desenfreada por culpa da imprudência de Monty.


O que mais me achou atenção em O Guia do Cavalheiro Para o Vício e a Virtude foi por ser um romance de época gay, pois é mais comum a existência de livros com a temática LGBT com histórias contemporâneas. Vi algumas pessoas falarem sobre o livro e o quanto tinham gostado, então assim que vi esse lançamento fiquei mega empolgada para tê-lo em mãos. Porém, a expectativa é mesmo complicada.

Mackenzie Lee tinha nas mãos temáticas incríveis para serem trabalhadas, além do protagonista ser gay: as relações familiares, o preconceito racial, uma doença que era considerada possessão na época e ainda o empoderamento feminino. A trama nos traz tudo isso, mas se perde em meio a tantas coisas.

Nosso protagonista Monty usa o sarcasmo como camuflagem e proteção, porém isso acabou me irritando mais do que me divertindo com suas peripécias. O melhor amigo e amor platônico de Monty, Percy Newton, me agradou bem mais do que o protagonista. Percy foi de certa forma um mistério nessa história para mim, pois só podemos saber algo dele através da narrativa em primeira pessoa de Henry. Confesso que me agradaria bem mais se Percy pudesse ter tido mais voz durante o livro.

[…] enquanto eu fico largada para trás, sem permissão de estudar as mesmas coisas ou ler os mesmo livros ou sequer visitar os mesmo lugares conforme estamos no exterior, só porque tive o azar de nascer menina?

E temos um outro personagem para completar esse trio: Felicity Montague. Ela foi minha favorita nessa história e estou muito curiosa para ler o próximo livro que terá ela como protagonista, o livro se chama The Lady’s Guide to Petticoats and Piracy. Felicity é a voz feminina empoderada do livro. Por vários trechos de O Guia do Cavalheiro Para o Vício e a Virtude, Felicity demonstra que é mais do que uma simples dama que deve aprender o “ofício do casamento”. Como não ficar empolgada pelo lançamento aqui no Brasil de seu livro?

Posso dizer que, de modo geral, o livro me agradou, porém não consegui me conectar como vi acontecer com vários outros leitores. O livro foi ruim? De jeito nenhum, mas existiram coisas que não me agradaram e ponto. Então, apesar de estar imensamente curiosa com a história de Felicity, irei com menos expectativas.

  • The Gentleman's Guide to Vice and Virtue
  • Autor: Mackenzi Lee
  • Tradução: Mariana Kohnert
  • Ano: 2018
  • Editora: Galera Record
  • Páginas: 434
  • Amazon

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