Vocês já devem ter ouvido falar sobre Conan. O jovem bárbaro que se tornou símbolo de masculinidade na década de 80, a partir de um filme estrelado por ninguém mais, ninguém menos que Arnold Schwarzenegger. O personagem na verdade foi criado antes ainda, há quase um século.

Robert E. Howard lançou a primeira aventura do herói em 1932, em uma série de histórias de fantasia publicadas em Weird Tales. E muitos anos depois viu a sua criação ser o personagem principal de uma série de filmes de extremo sucesso. O autor é conhecido como o “pai” do subgênero “Espada & Feitiçaria”.

Conan é um bárbaro, empunhando sua espada reluzente, mata seus inimigos sem qualquer remorso. Com uma estirpe de firmeza e um físico desejado até mesmo pelo melhor dos fisiculturistas, quando isto nem era moda ainda, ele se impõe perante qualquer perigo. 

Sua ideologia também é forte. Sabe de seus preceitos e quais são seus inimigos, tendo força e coragem para buscar os objetivos mais difíceis. E será sobre a formação de todo este personagem, em seus primeiros passos, que iremos ler neste exemplar lançado pela editora Pipoca & Nanquim.


Você pode estar estranhando o nome dos autores neste post, já que o livro não foi escrito pelo responsável pelo personagem. L. Sprague de Camp e Lin Carter, escrevem sobre o filme, criando um enredo a partir da adaptação feita para os cinemas em 1982.

Achei a ideia um tanto quanto diferente, já que é uma adaptação da adaptação. Imaginei que o livro seria roteirizado, com aquela estrutura das publicações de cinema. Mas estava errado, o que temos é um enredo contando o filme. A ideia da certo em alguns pontos. A linguagem muda e fica mais compreensível, por exemplo. É mais gostoso, e fácil, de ler esta nova obra, sem contar que ela tem bem menos páginas do que o livro original. E isto pode ser bom e ruim ao mesmo tempo.

Bom, por que ficamos sabendo de forma mais acessível a história de como Conan surgiu, que é contada desde o princípio, com ele perdendo pessoas importantes e aprendendo tudo sobre sua força e corpo, sem muitos rodeios. Passeamos pela história até ele chegar ao ponto alto do primeiro filme, em busca da liga de aço, tão almejada.

Mas ele ser curto acaba tirando ótimas partes daquilo que foi escrito por Howard. As partes de batalha, por exemplo, não são tão aprofundadas, e para quem gosta de Conan elas sejam talvez a parte mais importante. O roteiro acaba acelerado, descrito sem uma imersão que nos dias de hoje é muito importante para a literatura. Ainda mais se considerarmos que é uma novelização de algo que vimos no cinema.

Alguns assuntos importantes para a trama também são pouco abordados na narrativa, como o poder daqueles que não o merecem, e que Conan luta contra. 

Apesar das ressalvas, gostei bastante da leitura, especialmente sendo fã de Conan. É um livro agradável, com ritmo leve e que entretém. Ainda que a proposta dos autores pareça não se concretizar por completo, ficando um pouco no meio do caminho, a obra cumpre bem o papel de introduzir o personagem. Pode funcionar como uma boa porta de entrada para quem nunca ouviu falar do icônico guerreiro gigante e fortão, oferecendo uma primeira impressão acessível e instigante.

Acredito que o Conan, O Bárbaro escrito por L. Sprague de Camp e Lin Carter cumpre esse papel de apresentar o personagem e seu universo para quem ainda não o conhece, gerando mais curiosidade, tanto para assistir aos filmes quanto para instigar o leitor a ir atrás da obra original e conhecer a grande literatura de Robert E. Howard.

  • Conan the Barbarian
  • Autor: L. Sprague de Camp e Lin Carter
  • Tradução: Alexandre Callari
  • Ano: 2023
  • Editora: Pipoca & Nanquim
  • Páginas: 202
  • Amazon

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