A Torre Negra é baseado na série homônima do autor Stephen King, que coleciona adaptações de suas obras em seu curriculum.
Nesta fantasia urbana conheceremos Roland Deschain (Idris Alba), o último pistoleiro que jurou proteger o mundo da chegada das trevas. Porém, tomado pelo desejo de vingança, seu principal objetivo agora é perseguir o Homem de Preto pelo deserto que é seu mundo. Walter, (Matthew McConaughey) deseja destruir a Torre Negra e assim abrir o portal que separa e protege todos os mundos. Para que o seu plano tenha sucesso, ele precisa encontrar a criança certa, a única capaz de derrubar a torre. Jake Chambers (Tom Taylor) vem tendo sonhos estranhos desde a morte do seu pai. Nestes sonhos ele encontra O Pistoleiro, O Homem de Preto, crianças capturadas e uma torre incomum que vai até o céu. Confuso entre o real e o imaginário, Jake resolve ir atrás de respostas, mas antes que tenha a oportunidade, o perigo pode encontra-lo.
É importante dizer que minha crítica sobre o filme será baseada apenas na minha experiência com o próprio. Eu ainda não li os livros de Stephen King, portanto, não tenho como fazer algum tipo de comparação entre a obra e a adaptação. De qualquer forma, é coerente dizer que os fãs mais ferrenhos possam se sentir decepcionados com o longa, como é de praxe para a maioria das adaptações literárias. Porém, me surpreendi ao terminar de assistir o filme e perceber que me senti tão órfã como um fã poderia ficar.

A primeira dificuldade que enfrentei foi não conseguir me aproximar de nenhum dos personagens. Mesmo o garoto Jake, é pouco aprofundado e eu não consegui me importar com os perigos que ele enfrenta durante a trama. O filme também peca devido sua classificação indicativa, que limita as cenas de ação e o impacto que elas poderiam causar no público. É frustrante, porém não posso negar que os confrontos entre o bem e o mal é bastante envolvente, o embate entre um pistoleiro e um feiticeiro entrega ao público cenas regadas de efeitos visuais, envolvendo balas e cacos de vidro, mas que acaba perdendo o brilho com uma conclusão esperada e descomplicada demais. Nestas cenas, o diretor Nikolaj Arcel abusa da câmera lenta, o que traz um brilho maior para a performance de Idris Alba na pele de o pistoleiro.

A relação de Jake com Roland evolui devido a identificação entre ambos, os dois sofrem pela perda do pai e ao final isso contribui para que esta ligação amadureça. Existe um constante paralelo entre os dois personagens que são de mundos diferentes, um devastado e outro ainda prospero, e nestes diálogos abre-se a brecha para que exista pequenos alívios cômicos durante a trama, o que acaba rendendo alguns momentos de descontração para o público.

Algumas explicações sobre fatos existentes e apresentados acabaram ficando aquém para mim. Não tive respostas de algumas revelações, que ao meu ver, acabaram se mostrando bastante relevantes para o entendimento da relação de Roland com o Homem de Preto. Eu posso estar bastante enganada, mas fiquei com a sensação de que A Torre Negra tinha potencial para ter sido bem mais. Mesmo com um elenco de peso, o filme é apenas bom. Faltou ousadia, entrega e graça, mas claro, não nego que isso pode ser apenas birra de uma crítica meia-tigela.

Uma curiosidade sobre o roteiro é que o mesmo não segue a cronologia escrita pelo autor, o filme é composto por fragmentos de todos os oito livros da série. De qualquer maneira, há a possibilidade de uma continuação, mas tudo depende da boa e velha bilheteria. Easter Eggs também podem ser encontrados, basta prestar atenção e perceber as diversas referências com outras obras de Stephen King. A Torre Negra chega aos cinemas nesta quinta-feira.

  • The Dark Tower
  • Lançamento: 2017
  • Com: Idris Elba, Matthew McConaughey, Tom Taylor
  • Gênero: Fantasia, Aventura
  • Direção: Nikolaj Arcel

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