A série mais conhecida aqui no Brasil de Robin Hobb é a “A Saga do Assassino”, lançada primeiramente pela editora Leya, em 2013, e que nos últimos anos foi relançada por aqui pela Suma, com capas que para mim são bem mais bonitas e melhores que as da primeira impressão.

O primeiro volume da série se chama Aprendiz de Assassino, que é simplesmente fenomenal, contando o início da saga de Fitz, neto bastardo do rei dos Seis Ducados, que acaba abandonado, já que é fruto de um relacionamento extraconjugal do príncipe. 

Fitz vai contar sua história, desde o abandono, até sua maioridade. Vamos acompanhar ele ser praticamente adotado por Burrich, que é o único que realmente se preocupa com o garoto, dando a ele a educação que era importante para que ele se mantivesse vivo, mostrando como os animais poderiam lhe ajudar e como ele deveria empunhar uma espada para se defender daqueles que iriam querer seu mal.

Saiba mais sobre O Aprendiz de Assassino

O menino logo demonstrou não tinha muitas aspirações na vida, mas provou ter um dom especial para as batalhas, tornando-se um grande lutador. Seu grande poder está ligado aos animais, com quem ele consegue se comunicar e que acabam se tornando seus grandes amigos, em uma vida triste, onde ele e julgado pelos erros de seu pai e é mal visto por todos por perto, menos por Burrich e pelos animais.

Fitz cresce, e tem uma vida pela frente para ir em busca do que ele acha justo para si, e talvez por acompanhar em detalhes todo seu crescimento, a sua história tenha me pegado tanto, pois ter conseguido ver de perto a vida de alguém, que você vê que tem muitas dificuldades e poucas oportunidades, mas que também consegue crescer de maneira surpreendente e real, quase inspira quem acompanha.

O garoto chega às grandes lutas, defendendo o rei, ele irá correr sérios riscos, em disputas muito bem descritas e desenvolvidas, escritas de maneira fenomenal por Robin Hobb. São os predicados que me fizeram virar fã dela.

O final do primeiro livro deixa um grande gancho para sua continuação, Fitz cresceu, alcançou objetivos e talvez agora irá enfrentar seu maior desafio, seu avô, o rei. Esse gancho só aumentou minha ansiedade, que desejava ver a sequência da história de Fitz, mas o que encontrei em O Assassino do Rei, foi, para este leitor aqui, uma grande decepção.

Neste volume temos uma nova história, Fitz se rebela contra o rei, precisando tomar duras decisões em sua vida, temos até um maior aprofundamento na mente do personagem principal, e talvez este tenha sido um grande erro.

O Assassino do Rei fugiu muito daquilo que foi apresentado na sua estreia, as batalhas épicas simplesmente somem, dando lugar à mente de Fitz, tornando a história quase um romance de auto ajuda. Temos até um romance no seu enredo, que tenta de alguma forma causar mais emoção à vida do rapaz, mas que a mim, realmente, não cativou.

Acho que meu sentimento desgostoso pela história se agravou pelo fato do livro ser muito longo, aliás isso não seria propriamente um problema, já que a grande maioria dos livros da escritora passam das 500 páginas, mas neste ficou parecendo apenas a popular “encheção” de linguiça. Muito espaço para pouca história relevante, cenas alongadas, com uma ambientação muito descritiva, o que normalmente eu gosto, mas que dentro deste contexto tornou tudo ainda mais cansativo e chato.

De qualquer maneira isso não é nada que desanime a continuação da série, já que sempre espero que o livro do meio seja realmente o pior da trilogia, salvo raras exceções. 

Apesar de ser um livro mediano, na minha opinião, achei o final da história muito boa, dando aquele ânimo e avivando a ansiedade para o livro final, que já tem data para ser republicado aqui no Brasil. A Fúria do Assassino está previsto para dezembro de 2023, em uma capa vermelha encarnada lindíssima, tendo tudo para fechar com perfeição nosso ano literário.

Avaliação: 4 de 5.

  • Royal Assassin
  • Autor: Robin Hobb
  • Tradução: Jorge Candeias
  • Ano: 2022
  • Editora: Suma
  • Páginas: 608
  • Amazon

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