Catarina saiu da casa dos pais e está aos poucos conquistando a independência da vida adulta. Morando longe da família, na capital mineira, Cat está em uma boa empresa e já tem seu carro próprio. Contudo, nem tudo são flores, a vida adulta tem muitas responsabilidades e a vida amorosa de Cat não está das melhores.

Fica ainda pior quando o trabalho e a vida amorosa se misturam. Nesse processo de amadurecimento e de autodescoberta, Catarina vai precisar compreender que para conquistar seus objetivos, ela não pode fraquejar. 

Cat não tem um bom relacionamento com sua família. Ela tem ciúmes da irmã, que ela considera ser a filha preferida. Isso fica mais latente quando ela visita a casa dos pais e vê sua irmã com “coisas suas”. Fica muito claro que ela tem questões que poderiam ser debatidas em família, mas em muitos momentos ela só banca a mimada reclamona e incompreendida. Isso foi um dos pontos que me incomodou na obra, mas há uma melhora depois que ela começa a fazer terapia. 

Um outro ponto que mostra como Cat é imatura é sua vida amorosa. Aqui mais uma vez achei que ela faz maior drama. Ela ainda é jovem e está passando por vários processos de descoberta, então não queria que isso fosse tão prioritário para ela. Ela tem dificuldade de superar suas perdas e não consegue seguir em frente mesmo que tente. Isso fica pior quando um de seus ex trabalha com ela. Fica evidente como Cat deixa as coisas influenciarem em seu trabalho. Em determinado momento achei que isso nem era mais um elemento importante em sua vida. 

“Sair da sua rotina faz você ver as coisas de outro ângulo, de outro jeito. Sair do ninho é difícil, mas voar vale a pena demais!”

Mas tudo começa a melhorar quando Catarina resolve fazer terapia. Ela é uma moça com muitas inseguranças, então achei legal a autora trabalhar isso, pois aos poucos vamos vendo uma evolução na personagem. Um ponto positivo na trama é a relação de Cat com Mônica, uma mulher que está num relacionamento tóxico. Gostei dessa troca e de como as coisas se resolveram. 

Acredito que Laura Conrado quis mostrar que se sentir perdida é normal não importa a idade e que cada pessoa tem seu tempo para compreender uma nova etapa da vida. Ter responsabilidade financeira, ser uma boa profissional, ter um relacionamento amoroso legal, se dar bem com a família e ser uma boa pessoa, tudo isso junto e misturado, pode não ser tão fácil não. E muitas vezes para lidar com a complexidade da vida, precisamos buscar ajuda. Aprender a lidar com os sentimentos é sempre a melhor opção.

O legal desse livro é que a história pode ser de fácil identificação. Laura Conrado aborda os dilemas básicos da vida de uma jovem ao buscar independência em sua vida. Freud, me tira dessa! é uma leitura gostosa e fluida sobre amadurecimento e apresenta um final satisfatório. 

Avaliação: 3 de 5.

  • Freud, me tira dessa!
  • Autor: Laura Conrado
  • Tradução: -
  • Ano: 2022
  • Editora: Culturama
  • Páginas: 224
  • Amazon

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