Family Tree é a nova HQ lançada pela Intrínseca de Jeff Lemire. Com arte de Phil Hester, Eric Gapstur e Ryan Cody, Family Tree conta o início do fim do mundo, em uma tarde qualquer, quando uma menina de oito anos começa a se transformar em árvore. Sim… em árvore! Assim acompanharemos essa família, enquanto a mãe Lorreta e o irmão tentam salvar Meg antes que seja tarde demais. Porém é com a chegada do avô de Meg, Judd, que eles partem numa jornada em busca da cura e de respostas, ao mesmo tempo em que precisam fugir de uma seita.

A ventura desta família inicia antes mesmo da chegada do leitor, quando descobrimos que o pai de Meg, desaparecido há meses, também acabou se transformando. E este é só início desta jornada pra lá de perigosa, cheia de ação e confrontos. Iremos dos deparar com diversas ameaças e assassinos, ao mesmo tempo em que mais perguntas se formam conforme Meg se transforma. Por que ela é tão importante para estes mercenários? O que acontecerá se sua transformação se concluir?


A leitura de Family Tree foi uma grata surpresa, fazia tempo em que um primeiro volume não me prendia tanto quanto este enredo que Jeff Lemire criou. O cenário é caótico, em meio ao fim do mundo, Meg e sua família precisam lutar para sobreviver e entender o que está acontecendo com ela. A premissa é algo bastante diferente de tudo que já li e eu adoro conhecer esta versatilidade do autor. Fico imensamente feliz em saber que ainda tenho muitas leituras do autor pela frente!

A grande sacada desta vez é apresentar uma família aparentemente disfuncional, com um pai que abandonou a todos, uma mãe que precisa conciliar sua atenção com filhos e o trabalho e um filho mais velho que começa a apresentar os primeiros sinais de rebeldia após o abandono do pai. Paralelamente a isso, temos o início do apocalipse, porém este parece ser o menor dos problemas para os personagens. Nós temos poucas informações sobre isso e nem sabemos realmente quando isso vai acontecer, então tô bastante curiosa pra saber como isso vai se desenvolver.

A história é narrada em primeira pessoa, porém através de um narrador não identificado (eu até tenho uma ideia de quem seja), mas eu adorei o fato de que ele está contando isso no passado, ou seja, ele está bem à frente dos acontecimentos deste primeiro volume. Somado a isso, outros personagens também ganham destaque e aprofundamento, gosto muito de Judd, o avô que rouba a cena quando chega e também de Loretta, esta mãe que se prova ser uma leoa.

Este primeiro volume reúne as quatro primeiras edições de Family Tree, então podemos esperar mais 2 volumes para fechar esta história. O trio de quadrinista responsável pela arte nos apresenta uma paleta fria, com poucas variações de cores, mas inteiramente viscerais. A atmosfera da HQ é sombria e impactante, que prende o leitor do início ao fim, tudo isso compõe a narrativa de forma viva e eu adorei a riqueza de detalhes inseridas nos quadros, portanto, leia com atenção.

Estou bastante ansiosa para os próximos volumes dessa história cheia de mistério, ação e terror, esta distopia sobrenatural que além de prender completamente o leitor por tudo que oferece graficamente, também falará sobre laços familiares e fará uma reflexão sobre as consequências dos danos que causamos a natureza. Estou bastante empolgada!

  • Family Tree Vol.1 Sapling
  • Autor: Jeff Lemire
  • Tradução: Fernando Scheibe
  • Ano: 2021
  • Editora: Intrínseca
  • Páginas: 96
  • Amazon

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