A entrevista de hoje é com Giulianna Domingues, autora de Luzes do Norte, um livro de fantasia com romance, indicado para um público adulto e jovem adulto com um toque de mistério e com o diferencial de possuir protagonismo LGBT, com um casal de mulheres em seu centro.

No livro conheceremos Dimitria, uma caçadora de Nurensalem que se vira como pode para protegera a si e seu irmão. Sua vida muda quando tem a chance de trabalhar para a família mais rica de Romândia e se apaixona pela herdeira, Aurora van Vintermer. Preparados para embarcar nessa viagem e conhecer todos os segredos de Nurensalem?


1 – Primeiramente, você pode se apresentar para os leitores do Estante Diagonal?

Oi pessoal! Meu nome é Giu Domingues, tenho 28 anos e moro na Califórnia. Há 4 anos trabalho com marketing e tecnologia no Vale do Silício e uso minha paixão por histórias nas campanhas que coordeno e avalio como consultora de diversidade e inclusão.

Gosto de ler e escrever histórias sobre mulheres imperfeitas, como eu. Sempre fui apaixonada por fantasia e pelo potencial que histórias sobre o “fantástico” tem de contar verdades sobre nosso mundo, quem somos e o que sentimos. É isso que eu busco nas minhas histórias — esse pedaço de verdade, diverso e único. Sou feminista, bissexual e ansiosa, e isso está sempre presente nos meus textos.

2 – Como surgiu a vontade de ser escritora e antes disso, como foi sua relação com a literatura? 

A literatura é um dos relacionamentos mais importantes da minha vida. Eu sou uma leitora voraz, do tipo que termina livros no caminho da livraria pra casa, e desde pequena minha melhor companhia foi um bom livro – com frequência, um livro de fantasia. Começar a escrever foi um passo lógico, que começou com fanfics dos meus livros preferidos e jogos de RPG e evoluiu para uma coisa mais séria nos últimas anos.

3 – Giu, Luzes do Norte é um livro de romantasia, você pode falar mais sobre seu livro? O que o leitor pode esperar dessa leitura?

Os meus livros preferidos misturam vários elementos de diversos gêneros, e por isso quando eu escrevi Luzes isso não ia ser diferente. Eu sabia que o elemento central era o romance entre Aurora e Dimitria, mas não consigo escrever nada que não tenha um elemento mágico. Além disso, a ideia para o livro surgiu depois de eu ver a aurora boreal ao vivo, então esse elemento tinha que estar presente. Eu também amo livros de suspense, com assassinato e plot twist, e quis muito incluir um mistério como subtrama de Luzes. Os leitores podem esperar muito romance e doçura, mas também uma trama com mistério envolvente.

4 – No livro você comenta que o diferencial é o protagonismo LGBT, com um casal de mulheres no centro da história. Como surgiu esta ideia e que tipo de pesquisas/vivências você precisou aplicar para criar sua história?

Eu sempre soube que eventualmente gostaria de contar uma história com mulheres sáficas. O universo da fantasia, no geral, já é suficientemente heterossexual – e como mulher bi, eu quis trazer essa faceta da minha personalidade para a história. Eu usei muito da minha vivência, tanto em relacionamentos hétero como em relacionamentos com mulheres, para escrever a dinâmica da Demi e da Aurora. Tudo que eu penso sobre o amor – como ele nos transforma, como às vezes é difícil se deixar amar se a gente acha que não merece – entrou na dinâmica das duas.

5 – Foi um processo que levou quanto tempo? Desde a ideia inicial até sua finalização.

Sim, mesmo porquê escrever um livro leva tempo! Entre o primeiro rascunho e a versão final foram quase 3 anos e uma leitura crítica, reescrita, uma leitura sensível, betagens e ajustes, revisão gramatical… Todo esse processo beneficiou muito o livro. Eu gosto muito da analogia de que a primeira versão de uma história é a areia numa caixa de areia, que você então vai usar para construir castelos. Luzes foi muito assim, um processo iterativo que contou com a ajuda e os olhos de muitas pessoas.

Não vou dizer que foi um processo fácil: toda essa coisa de procurar feedbacks críticos dói e muito. Eu estaria mentindo se não dissesse que dei uma choradinha depois de receber a primeira avaliação crítica. Mas isso foi essencial para que além de Luzes ficar o melhor livro que ele poderia ser, eu me tornasse uma escritora melhor. Eu sou muito grata à Increasy e à Ana Rosa, que leram o livro e deram seus feedbacks de forma tão maravilhosa. 

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6 – Normalmente eu não comento muito sobre o trabalho gráfico do livro, mas a capa de Luzes do Norte é lindíssima! Você pode comentar sobre a escolha dela? E como ela conversa com a história?

Essa capa fez sucesso demais, e todo o mérito é da ilustradora Taíssa Maia. Eu conheci a Taíssa pelo Twitter, quando ela postou uma tirinha super comovente sobre a família dela e sua experiência com a COVID-19. O estilo era muito o que eu estava procurando: ela tem uma identidade muito forte, linhas claras e cheias de personalidade e trabalha com texturas e luz e sombra muito bem. Por isso, quando fui fazer a capa eu sabia que era ela que eu queria! O briefing que eu passei para a Taíssa foi de trazer elementos de romance e mistério para a capa, além das cores da aurora boreal, e acho que ela fez isso muito bem. As cores são perfeitas – eu inclusive passei para ela minhas fotos das luzes – e a silhueta da Aurora e da Dimitria trouxeram os elementos de mistério e romance que eu queria.

7 – Tem planos para que Luzes do Norte se torne uma série ou ganhe uma sequência, ou estamos falando de um livro único?

Hoje Luzes é um livro único: a história que eu queria contar era essa e eu gosto de imaginar que o fim do livro é bem conclusivo. Mas é aquela coisa: o universo tem vida própria uma vez que estiver no mundo, e eu ainda sou apaixonada pela magia e pela possibilidade nele. 

8 – Alguma curiosidade interessante que você possa contar sobre o livro? Personagens, inspirações etc.

Várias! Eu usei muito da minha experiência no Alaska para centrar as descrições de Nurensalem e a ambientação do livro. Nurensalem, por acaso, é uma mistura de Nuremberg com Salem – uma cidade onde aconteceu a queima às bruxas e que eu visitei em 2019. Outra curiosidade é que Dimitria é o nome de uma ex minha, que conhece o livro e já abençoou a história.

9 – Onde pode encontrar seu livro? E existe outros trabalhos seus como autora publicados?

Luzes do Norte é meu livro de estreia e está disponível como e-book da Amazon em www.luzesdonorte.com por R$9,99. Quem quiser me ler pode me seguir no Twitter em @giuldom (onde eu só falo besteira) ou acompanhar meu blog, onde eu falo sobre os meus ex-namorados de escola (e todas as vezes que tomei um pé na bunda), em www.giudomingues.com

10 – Deixe um recado para os leitores do Estante Diagonal.

Publicar Luzes do Norte é um sonho e como todo sonho, deu muito trabalho, muitas lágrimas e muito esforço. Mas se essa história chegar em uma pessoa, tocar um coração, todo o trabalho já valeu a pena – então MUITO OBRIGADA a todo mundo que está lendo sobre o amor da Dimi e da Aurora!


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