Michael Moorcoc é um escritor britânico de fantasia e ficção científica, conhecido principalmente pela criação de Elric de Melniboné. Criado em 1961, inspirado em personagens de autores como J. R. R. Tolkien e Robert E. Howard, Elric nasce como uma antítese a Conan, o Bárbaro. Neste volume em quadrinhos, P. Craig Russell, que já trabalhou com Neil Gaiman, encontramos histórias dos últimos acontecimentos envolvendo Elric. Sim, no primeiro livro, há os últimos acontecimentos cronológicos na história desse personagem. Foi assim que surgiram os primeiros livros, então Russell resolveu adaptar assim também.

Tudo começa quando a esposa de Elric é raptada e ele precisa resgatá-la. Assim, ele pega sua maior arma para enfrentar o inimigo, a Stormbringer. Uma espada mágica devoradora de almas, ela é tão poderosa que absorve o poder de quem tira a vida, passando também para Elric. Mas essa busca da sua esposa é só o começo para uma batalha apocalíptica. Elric vai então enfrentar seu inimigo mais poderoso.

Eu não sabia que ia encontrar um personagem já que teria uma história construída quando peguei a graphic para ler, mas gostei muito de acompanhar em Elric: Stormbringer o final da história desse personagem. Com várias referências a contextos do passado, eu fiquei curiosa para saber como foi a vida de Elric antes daquele momento. Eu achei genial começar assim!

Outro ponto muito interessante é o fato de que o autor se inspirou em histórias de Espada e Feitiçaria, subgênero da fantasia, para construir sua história. Aqui, eu percebo todo um diferencial, pois sempre acho que as tramas de Espada e Feitiçaria são simples. Moorcock coloca um plus ao trazer a fantasia mais presente dentro de sua trama. 

Elric é o verdadeiro anti-herói. Ele é o último imperador feiticeiro do reino ancestral de Melniboné e possui a poderosa espada Stormbringer. Elric não é nem malvado e nem bonzinho, mas ele teve seus momentos. Achei muito legal o fato de ele ser albino e de como Russell retrata ele de várias cores diferentes, ora branco, ora azul, ora rosa. Achei um charme, pois o personagem, ao contrário dos das histórias de Espada e Feitiçaria, é magro e até frágil. É através da sua espada, que suga as almas dos mortos, que ele se mantém jovem.

Outro ponto que gostei bastante é que nada é conquistado de forma tão fácil para Elric. Ele pena bastante em vários momentos, inclusive sofre mais do que eu gostaria. Mas é claro que há vários elementos do gênero quando o assunto é superar obstáculos. É uma adaptação com muitos diálogos, então não é uma graphic tão rápida de ser lida, mas para mim isso foi bom, pois eu aprendi mais sobre o universo e sobre o personagem. Também fiquei muito satisfeita com o final. Inclusive palmas para o fim!

Preciso falar também dessa edição lindíssima da Pipoca e Nanquim. A edição é colorida, contém prefácio do autor, galeria de capas e biografia; a é linda e única, eu adorei. Está realmente lindo! Ser curiosa, às vezes, me traz muitos benefícios, e foi por pura curiosidade que eu peguei Elric para ler e acabei me surpreendendo positivamente com a leitura. Eu espero muito que a editora traga mais histórias de Elric para o Brasil.

  • Elric: Stormbringer
  • Autor: P. Graig Russell
  • Tradução: Jeremias Giacomo
  • Ano: 2022
  • Editora: Pipoca e Nanquim
  • Páginas: 212
  • Amazon

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