ATENÇÃO! Essa postagem contém conteúdo sensível – mumificação, profanação e doença mental – e imagens fortes.

Quando falamos ou escutamos sobre crimes bárbaros, monstruosidades e crueldades além das que já somos expostos diariamente, temos a tendência de achar que se trata de filme, uma história macabra, lenda, algo inventado, contado em livro, buscando distanciamento da vida real, incapazes de acreditar que um “semelhante”, que outro ser humano, teria tal capacidade, coragem de praticar o ato. Mas a verdade, é que quando se trata do ser humano, estamos longe de descobrir do que, e até onde, eles, nós, somos capazes de chegar. E se fomos totalmente honestos, vamos chegar à conclusão de que na verdade é a arte que imita a vida, e que todas as histórias se originaram, se “inspiraram” em pessoas e situações reais. E aqui não estou entrando no mérito da motivação do ato cometido, se foi por uma doença mental, por uma condição psiquiátrica ou por pura crueldade.

E hoje, o caso que eu trago para o mês de terror, é um daqueles que chocam, que faz com que muitos duvidem, que arrepia e cria em nós esse sentimento de incredulidade, de vontade de fazer o distanciamento, porque custa acreditar que outro ser humano faria isso. E mais que isso, mais uma vez reforçar que o mal não tem uma aparência, não tem estilo, um tipo, mas que ele se mistura em nosso meio e coexiste com todos nós, com muita naturalidade.

Anatoly Moskvin, nascido em 1966, na Rússia, é um homem que foi considerado um gênio, culto, estudioso, inteligentíssimo, professor universitário, historiador, jornalista, doutor em cultura céltica, fala treze idiomas e autor de inúmeros livros e estudos sobre onomástica e toponímia, uma das maiores autoridades em cemitérios russos, que inclusive escreveu um guia sobre o assunto, após visitar 752 cemitérios em toda a região de Nizhney Navgorod. Se autor declarando um verdadeiro “necropolista”. Um pacato e solitário cidadão, dono de um curriculum extenso, mas que escondia um mórbido interesse – transformar crianças e adolescentes femininas em múmias, bonecas humanas.

“Vocês (pais) abandonaram suas meninas no frio e eu as trouxe para casa e as aqueci.”

Para que você entenda o caso e como ele veio à tona, nós vamos fazer um retorno no tempo e acompanhar os fatos em ordem cronológica… ou quase isso. Por volta de 2009, 2010, algumas famílias notaram que os túmulos de seus entes queridos, tinham sido violados, a situação ganhou ainda mais força, porque o ato de vandalismos não se concentrava apenas em um local, e sim em vários outros cemitérios da região de Nizhney Navgorod.

Inicialmente a polícia e o governo não tinham nenhum suspeito, ou pista do que se tratava, só que os atos de violação se intensificaram, foi então que se passou a suspeitar da ação de uma seita satânica, e então, uma investigação passou a ser realizada pelo departamento de crimes violentos do ministério do interior russo. Notou-se que os atos de vandalismos, coincidiam com as datas as quais Moskvin visitava os cemitérios. Entretanto, ele logo foi descartado, já que suas visitas aos locais eram para fins acadêmicos.

Até que no dia 2 de novembro, de 2011, policiais encontraram uma boneca na garagem de um prédio, onde um suspeito morava, em Leninsky. O que eles não imaginavam é que o pior ainda estava por vir, ao entrarem no apartamento do suspeito, se depararam com uma intensa bagunça, tamanha a desordem que mal dava para se mover dentro do local, livros espalhados por todo o chão, pilhas e pilhas de livros em todos os cômodos, e mais que isso, muitas “bonecas” em tamanhos reais junto a eles, deitadas, sentadas, depositadas sobre as pilhas de livros, cada qual com sua particularidade, envoltas em tecidos dos mais diferentes estilos, somavam ao todo 28 bonecas, uma delas inclusive, vestida como uma ursinho de pelúcia.

Quando os policiais foram recolhê-las, uma delas “cantou”, havia dentro dela uma caixinha de música, que provavelmente ao ser manuseada, ativou-a; ao analisarem melhor as bonecas, veio a terrível constatação: Elas na verdade não eram bonecas e sim, corpos humanos em formas de bonecas. O que significava que o dono daquele lugar fabricava bonecas a partir de cadáveres, não demorou para que as autoridades russas fizessem a ligação e chegassem à conclusão de que as “bonecas” eram fabricadas de corpos de crianças e adolescentes com idade entre 2 e 15 anos. O homem profanava os túmulos de cemitérios de toda a região, levava seus cadáveres para seu apartamento, e então os mumificava e os transformava em bonecas.

Como o próprio título desta postagem deixa claro e eu já mencionei quando descrevi Anatoly Moskvin, claramente o apartamento investigado pertencia a ele, que de suspeito imediatamente descartado devido a suas visitas de cunho acadêmico, se tornou o principal suspeito e chegou até mesmo a ser visto vandalizando fotos de mulçumanos mortos. Moskvin era descrito por seus vizinhos como uma pessoa respeitosa e inteligente. Respeitado no meio acadêmico, tido como um gênio e grande estudioso, extremamente dedicado, longe de qualquer suspeita; mas, que na verdade, escondia sua obsessão com a morte e um hobby mórbido e bizarro. A polícia chegou a afirmar que Moskvin tinha pesquisado informações pessoais sobre cada uma das vítimas que ele desenterrou, realizando um extenso estudo sobre elas.

Mas, de onde teria vindo essa obsessão com a morte, esse fascínio pela figura feminina jovem e morta. Seis dias antes de ser preso, Moskvin publicou um artigo onde ele descria uma situação atípica a qual havia sido exposto quando ele tinha 13 anos e como isso o transformou. Em 1979, ao ir para a escola, ele foi parado por um grupo de pessoas vestidas de preto, era um velório. Ele foi puxado em direção ao caixão e forçado a beijar a testa de uma jovem morta, se tratava de uma menina de 11 anos, chamada Natasha Petrova. O ritual místico ao ele foi obrigado a participar, ainda terminou com a mãe da jovem, colocando no dedo dele e da falecida anéis de casamento.

Levado a julgamento Moskvin cooperou prontamente com a polícia em tudo que eles precisaram. Acusado nos itens 1 e 2 do artigo 244, do código penal russo: Violação de cadáveres e profanação de túmulos. Estimasse que ele tenha violado ao menos 150 túmulos ao longo dos anos. Seu julgamento ocorreu no dia 25 de maio de 2012, e durante ele, Moskvin foi mantido preso dentro de uma jaula.  A promotoria acabou por solicitar a internação compulsória de Moskvin em um hospital psiquiátrico para tratamento, já que ele foi considerado insano em um laudo apresentando por uma equipe de psiquiatras, ele também foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide.

Ainda durante o julgamento, foi dado a Moskvin o direito de fala, e o que se entendeu de seu discurso confuso, é que ele nutria profundo carinho pelas crianças mortas, e que seu intuito era trazê-las de volta a vida. Monskvin tinha uma rotina com as bonecas, se comunicava com elas, sentava-se para assistir televisão, possuíam linguagem própria, hierarquia, canções… Se houve conotação sexual em sua relação com as bonecas não foi descartado, mas também não foi comprovado.

Moskvin foi internado sob rigorosa vigilância em um hospital psiquiátrico de Nizhny Novgorod. Onde exames serão aplicados anualmente a fim de determinar seu estado mental. De acordo com as leis russas, ele permanecerá no hospital por tempo indeterminado, e caso sua patologia esteja sob controle, ele poderá receber alta e voltar a ter uma vida “normal”. Inclusive, Morkvin já deixou claro que caso receba sua soltura, ele tem a intenção de ter uma filha, e que também pretende lecionar inglês para crianças.

Ao passar dos anos após sua internação, e com o vencimento das penas, Moskvin vem tendo sua sentença prorrogada, em outubro de 2020 ele pediu para retornar ao tribunal, ele queria sair do hospital para cuidar da mãe enferma, porém ao ser questionado, não se mostrou arrependido por seus atos, como mostra a afirmação a seguir:

“Essas meninas são meninas. Não existem pais em minha opinião. Eu não conheço nenhum deles. Além disso, eles enterraram suas filhas, e é aqui que eu acredito que seus direitos sobre elas acabam. Então, não, eu não me desculparia.”

Apesar de uma junta médica alegar que sua esquizofrenia está sob controle e até recomendar sua liberação, o juiz responsável pelo caso renovou sua condenação por mais seis meses. Ao que se sabe, até hoje Moskvin segue internado na instituição psiquiátrica.

Agora me conta aí nos comentários, você já conhecia essa história de terror da vida real?

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