Um Destino Tatuado em Sangue, por Danielle L. Jensen

18 nov, 2025 Por Alessandra Paccola

Freya vive um casamento infeliz com Vragi, abençoado pelos deuses com o dom da pescaria, esbanjando soberba e desperdício quando o assunto é demonstrar seu poder. Entretanto, mesmo tentando se resignar à rotina enfadonha de esposa, ela sonha em se tornar uma grande guerreira.

Em um dia comum, enquanto cuida da comida depois de uma discussão acalorada com o marido, ela é surpreendida pelo aparecimento de homem misterioso que parece ter surgido de um sonho febril, fazendo com que desejos ocultos apareçam em seu coração maltratado.

“Queria que meus dias fossem mais do que um tempo a ser suportado.”

Com medo de que descubram que ela andou flertando e ferindo seu dever conjugal, Freya decide segui-lo e percebe que o homem é filho do jarl Snorri, para quem seu irmão guerreia há alguns. Traída pela família, ela acaba revelando seu maior segredo, de que também tem o sangue dos deuses correndo nas veias, sendo obrigada a se casar com Snorri e ajudá-lo a se tornar rei, enfrentando diversas provações, como, por exemplo, não sucumbir à vontade de se entregar de corpo e alma ao filho dele.

…saber o futuro era uma maldição, porque bom ou ruim, não era possível mudá-lo.

Já começo minha resenha dizendo que esse livro é completamente esquecível, pois além da protagonista ser inconsistente, a trama de fundo é rasa, repetitiva e cansa mesmo aqueles que vêm para essa história de boa vontade.

Freya passa praticamente o livro inteiro querendo se relacionar com o “mocinho”, mesmo estando impedida, e, não importa o momento, se estão no meio de uma batalha ou prestes a adormecer, a autora carrega o enredo com divagações infinitas da personagem reclamando da mesma coisa sem parar: o fato de que ela quer, loucamente, se envolver de maneira romântica com o filho de Snorri.

O rapaz não é nada cativante, mesmo cheio de descrições impressionantes sobre seu físico e porte atlético, pois embora alegue querer que Freya escolha seu destino, vive tentando “cortar suas asas” e justificar suas atitudes em função de seus sentimentos por ela.

A narrativa de Um Destino Tatuado em Sangue, primeiro volume da Saga dos Sem Destino é exageradamente lenta, quase sem sair do lugar, com capítulos longos, dificultando ainda mais o que já estava ruim. Sei que a Danielle é queridinha por seu outro livro – A Ponte Entre Reinos, porém nessa saga ela errou nos elementos.

Claro que é a minha impressão, mas eu, de fato, não me conectei com nenhum personagem, aliás achei todos insuportáveis, não me toquei pelo drama da moça e, mesmo sendo fã de romance, não senti química nenhuma no casal.

O final foi o mais previsível possível, só não vê quem não quer, e eu já adianto que não seguirei com a série, pois a decepção está estampada aqui nessa resenha. Portanto, infelizmente é um não, provavelmente o pior livro que li esse ano. Uma pena, pois eu adoro mitologia nórdica e queria ter encontrado algo especial.

  • A Fate Inked in Blood
  • Autor: Danielle L. Jensen
  • Tradução: Flávia Souto Maior
  • Ano: 2025
  • Editora: Seguinte
  • Páginas: 432
  • Amazon

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