P.S. de Paris | Marc Levy

18 jan, 2020 Por Clara Savelli

Comecei a ler P.S. de Paris sem muitas expectativas. Na verdade, eu mal sabia a sinopse da história e meu contato anterior com a escrita de Marc Levy não tinha me deixado muito satisfeita. Eu nunca li seu bestseller, E Se Fosse Verdade, mas sim conheci sua escrita por meio de Sete Dias Para uma Eternidade. Infelizmente não fui muito cativada por sua escrita, que acabou me causando muito estranhamento. É verdade que nem sempre é fácil lidar com estilo europeu de escrita, especialmente com o francês. Essa contextualização é importante para que vocês entendam melhor minhas opiniões sobre P.S. de Paris.

P.S. de Paris

Em seu novo lançamento, Marc Levy volta ao universo de E Se Fosse Verdade. O livro possuí uma continuação não publicada no Brasil, que conta a história de personagens secundários da história original (em francês, o livro se chama Vous Revoir). Na verdade, P.S. de Paris é uma espécie de spin-off desse segundo livro, trazendo um dos secundários como protagonista. Então, de certa forma, P.S. de Paris é um spin-off do spin-off ou, se preferirem, a continuação da continuação. Todavia, cabe ressaltar que os personagens de E Se Fosse Verdade aparecem ativamente nessa história, então você poderá matar a saudade de Arthur e Lauren, se for o caso.

O livro conta a história de Mia, uma atriz que está no auge de sua carreira, mas com o casamento caindo aos pedaços. Querendo um tempo para colocar a cabeça em ordem e fugir um pouco da mídia, Mia foge para Paris, onde quer passar um tempo como uma completa desconhecida. É nessa conjuntura que ela acaba conhecendo Paul, um escritor americano com coração francês, que acaba indo a um encontro às cegas por insistência do melhor amigo, Arthur (que é o protagonista de E Se Fosse Verdade). Ainda que tudo tenha começado de forma muito inusitada, o relacionamento entre esses dois artistas vai se desenrolando – primeiro, como uma amizade. Depois, só Deus sabe…

P.S. de Paris

Tive menos dificuldade em me conectar com a narrativa desse livro do que tive com Sete Dias Para uma Eternidade. As características europeias de sua escrita continuam lá, mas achei a narrativa mais rápida e envolvente. Talvez porque o autor seja, dessa vez, um pouco mais direto no desenrolar dos fatos, criando uma sensação de conexão com os personagens. O livro é narrado em terceira pessoa e alterna perspectivas entre os dois personagens principais. Minha parte favorita do livro (e, talvez eu seja suspeita para falar, uma vez que compartilho do ofício criativo com Paul) foram os momentos que o protagonista se debruçava a falar sobre sua escrita. Sempre gosto muito de narrativas com personagens escritores, tanto em livros, quanto em filmes.

Creio que P.S. de Paris é uma boa escolha para quem ainda não teve contato com a escrita de Marc Levy. É possível encará-lo como livro individual, mas creio que a história fique mais divertida quando temos ciência dos acontecimentos de E Se Fosse Verdade. Então, recomendo que busquem também ler o primeiro livro ou, ao menos, vejam o filme. Ainda que Mark Levy não seja meu autor favorito e que eu ainda tenha dificuldade em lidar com a narrativa “europeizada”, o livro é divertido e envolvente, trazendo temas importantes e um romance envolvente.

  • Elle & Lui
  • Autor: Marc Levy
  • Tradução: Flávia Souto Maior
  • Ano: 2019
  • Editora: Planeta
  • Páginas: 256
  • Amazon

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